Tempestade à vista: Porque é que os bancos centrais estão a parar com os cortes nas taxas de juro?

A flexibilização monetária por parte dos principais bancos centrais do mundo abrandou significativamente em abril, à medida que a incerteza quanto ao crescimento económico e à inflação, agravada por tensões comerciais, levou a decisões mais cautelosas nas reuniões de política monetária.

Executive Digest
Maio 7, 2025
13:14

A flexibilização monetária por parte dos principais bancos centrais do mundo abrandou significativamente em abril, à medida que a incerteza quanto ao crescimento económico e à inflação, agravada por tensões comerciais, levou a decisões mais cautelosas nas reuniões de política monetária.

Dos cinco bancos centrais que supervisionam as 10 moedas mais negociadas e que se reuniram durante o mês — incluindo o Banco Central Europeu (BCE) e o Banco da Reserva da Nova Zelândia — apenas dois optaram por cortes nas taxas de juro, totalizando uma redução combinada de 50 pontos base, analisa a ‘Reuters’.

Por outro lado, os bancos centrais da Austrália, Japão e Canadá decidiram manter as taxas de referência inalteradas. Já os bancos centrais da Suécia, Suíça, Noruega, Reino Unido e Estados Unidos não realizaram reuniões em abril. Em contraste, em fevereiro, metade dos bancos centrais do G10 tinha procedido a cortes nas taxas.

O foco dos mercados volta-se agora para a Reserva Federal norte-americana (Fed), que conclui esta quarta-feira mais uma reunião de definição de taxas de juro.

De acordo com cálculos da Reuters, o aperto monetário acumulado entre os bancos do G10 em 2025 está nos 25 pontos base, graças a um aumento por parte do Japão, enquanto os cortes atingiram um total de 325 pontos base, distribuídos por 12 medidas de redução.

Nos mercados emergentes, a tendência foi semelhante. Entre 13 bancos centrais que realizaram reuniões, apenas quatro — Índia, Tailândia, Filipinas e Colômbia — avançaram com cortes de 25 pontos base nas suas taxas principais. Os restantes mantiveram as taxas inalteradas, com a Turquia a destacar-se pela decisão inesperada de aumentar a taxa de juro em 350 pontos base, numa tentativa de travar saídas de capital após turbulência política interna.

Desde o início de 2025, os mercados emergentes acumularam 14 cortes de taxas de juro, totalizando uma flexibilização de 850 pontos base. Em sentido inverso, houve aumentos pontuais no Brasil e na Turquia, elevando o total de aperto nestas economias para 550 pontos base.

 

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