Temperaturas baixas provocam problemas respiratórios e cardíacos: sete dicas para se proteger

Em dias de muito frio, agasalhe-se bem e procure evitar mudanças bruscas de temperatura. Em situações extremas, o enregelamento e a hipotermia podem levar a amputações ou mesmo à morte. Vigie de perto crianças, idosos e doentes crónicos, que não têm grande perceção das mudanças climáticas.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, a falta de aquecimento nas casas é a principal causa de morte entre os idosos em Portugal. Telefone com frequência ou visite-os, se necessário. Tenha cuidado com lareiras e aquecedores a gás. Não acenda fogareiros a carvão dentro de casa. A acumulação de monóxido de carbono em locais fechados pode ser fatal, pelo que deve deixar uma porta ou janela aberta para haver circulação do ar.

Mantenha-se atento aos avisos das autoridades de saúde, do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) e da Autoridade Nacional de Proteção Civil.

7 dicas para os dias mais frios

Encurte as horas entre refeições. Opte por sopas e bebidas quentes, como leite e chá. Se a saúde o permitir, ingira alimentos mais calóricos. É o caso do chocolate e dos frutos secos. Mas deve evitar as bebidas alcoólicas. O álcool faz o organismo libertar calor e arrefecer. Além disso, deprime o sistema nervoso central, o que diminui a capacidade de sentir o frio.

No banho, a água demasiado quente remove a proteção cutânea. Passe creme hidratante nas áreas mais expostas ao frio. Proteja sobretudo as mãos e os lábios, para não ficarem secos ou gretados.

Não pratique atividades físicas intensas, como correr ao ar livre. As temperaturas baixas não favorecem a circulação sanguínea e obrigam o coração a um esforço maior. No entanto, o exercício moderado aumenta a circulação sanguínea e a produção de calor. Mas evite arrefecer com peças de roupa transpiradas.

Vestir várias camadas de roupa é preferível a usar uma só peça, ainda que de tecido grosso. O ar entre as camadas funciona como isolante e ajuda a manter a temperatura.

Roupas muito justas ou que provoquem transpiração são desaconselháveis. As primeiras dificultam a circulação sanguínea e as segundas provocam perda de calor. Use ainda calçado isolante, para conservar a temperatura.

Proteja também o rosto, por exemplo, com um cachecol. Como se perde muito calor pela cabeça, o gorro é outro bom amigo.
Se for apanhado por uma chuva inesperada, mude de roupa o mais rápido possível. Meias ou outras peças molhadas não permitem conservar o calor.

Como agir em caso de dificuldade respiratória

Se precisar de aconselhamento, ligue para a linha SNS24 (808 24 24 24) e, em caso de emergência, o 112.

São sinais de dificuldade respiratória a respiração acelerada, ruidosa e sibilante; a incapacidade de falar, de completar frases ou até de pensar com clareza, a tosse e a pele azul-acinzentada (cianose), sobretudo nas orelhas, lábios e pontas dos dedos. A dificuldade respiratória ou dispneia, sem outra causa atribuível, pode ser sintoma da Covid-19.

Ao ajudar uma pessoa com estes sintomas, peça-lhe que se sente direita e confortável. Incentive-a a respirar calmamente, inspirando pelo nariz e expirando pela boca. Nunca deite uma pessoa com dificuldade respiratória, pois piora a situação.

De acordo com o INEM, deve aconselhar a pessoa responder “sim” ou “não” através de gestos e não permita que esta faça esforços físicos, pois a fadiga vai agravar a situação. Se a vítima utilizar habitualmente oxigénio em casa, não aumente o valor administrado.

Leve-a ao hospital, se indicado pelo INEM ou SNS24, mesmo que aparente já ter recuperado, para averiguar se há algum dano e confirmar a causa.

O que fazer em caso de hipotermia

Quando exposto a baixas temperaturas, o corpo perde mais calor do que o que consegue produzir. Se este desequilíbrio for significativo, a temperatura corporal baixa excessivamente, entrando no que se designa por hipotermia. A situação pode ser perigosa, porque a vítima nem sempre se apercebe da gravidade e, assim, não toma medidas para corrigir.

Em geral, as principais vítimas de hipotermia são idosos com fraca alimentação, em quantidade e/ou qualidade e roupa ou aquecimento insuficientes, bem como bebés que dormem em quartos frios.

Na presença dos sinais que se seguem, procure ajuda médica ou ligue 112.

Sinais de alerta, nos adultos:

tremores, exaustão;
confusão, mãos inquietas;
sonolência, perda de memória, fala “lenta”, baralhada ou confusa.

Sinais de alerta, nas crianças:

pele muito vermelha e fria;
apatia.

Enquanto espera por auxílio, tente aquecer a vítima:

coloque-a num quarto quente ou num abrigo;

dispa-lhe a roupa molhada, se for o caso, e mantenha-a seca e quente, enrolada num cobertor, incluindo cabeça e pescoço;
bebidas quentes podem ajudar a aumentar a temperatura corporal, mas não tente dar de beber a uma pessoa inconsciente, nem ofereça bebidas alcoólicas.