Também tu, Musk? Braço-direito de Trump quer mudar nome do Canal da Mancha para ‘Canal de George Washington’

Elon Musk, o magnata conhecido por liderar empresas como Tesla e SpaceX, voltou a gerar controvérsia ao propor, através da rede social X, uma alteração surpreendente: renomear o Canal da Mancha como “Canal de George Washington”. A sugestão surge numa publicação onde Musk partilhou uma imagem do estreito que separa o Reino Unido de França, acompanhada pela legenda: “Novo nome para a água que separa Inglaterra e França”. Apesar de não ter explicado as razões da proposta, a publicação rapidamente gerou debate, especialmente entre os europeus.

A provocação de Musk não acontece isoladamente, mas no seguimento de uma decisão recente da Administração de Donald Trump de alterar oficialmente nomes geográficos históricos nos Estados Unidos. De acordo com um comunicado do Departamento do Interior, o Golfo do México e o Monte Denali, no Alasca, passam agora a chamar-se, respetivamente, Golfo da América e Monte McKinley. Estas mudanças, justificadas como parte de um esforço para celebrar o “património extraordinário da grandeza americana”, foram implementadas ao abrigo de uma ordem executiva emitida pelo presidente Trump.

Segundo o comunicado, “estas alterações reafirmam o compromisso da nação em preservar o legado dos heróis americanos e garantir que as gerações futuras celebrem os bens históricos e culturais dos Estados Unidos”.

A proposta de Musk surge também na esteira de uma controvérsia gerada pela sua presença num comício do partido de extrema-direita alemão Alternativa para a Alemanha (AfD). Durante o evento, o empresário declarou que “as crianças da Alemanha não deveriam carregar a culpa pelos pecados dos seus pais, e muito menos dos seus avós”, numa crítica ao que classificou como um “multiculturalismo que dilui tudo”.

Musk instou os participantes do comício a sentirem-se “orgulhosos de serem alemães” e acrescentou que a constante reflexão sobre a culpa histórica do país era “exagerada”. “Honestamente, há uma fixação excessiva na culpa do passado, algo que deveria ser superado”, afirmou.

A proposta de renomear o Canal da Mancha, combinada com as declarações feitas na Alemanha, alimentou críticas contra Musk, especialmente por aqueles que interpretam as suas ações como uma tentativa de reforçar narrativas nacionalistas. As redes sociais foram inundadas de reações, com muitos europeus a questionarem o propósito de tal sugestão e outros a considerarem-na uma provocação gratuita.

Entretanto, especialistas em geopolítica veem nos comentários de Musk uma possível tentativa de alinhar-se com o discurso da Administração Trump, que tem promovido mudanças simbólicas como forma de reforçar a identidade americana. Apesar das críticas, o magnata mantém a sua postura de provocador, utilizando a sua influência nas redes sociais para moldar debates globais.

Este episódio junta-se a uma série de declarações e ações controversas de Musk, que frequentemente utiliza a sua plataforma pública para lançar ideias que dividem opiniões, mas que dificilmente passam despercebidas.