São cada vez mais as empresas a preparar nova subida de preços. Consumidores também esperam escalada em janeiro
Estão a aumentar as empresas que estão a preparar-se para subir os preços de venda ao consumidor, depois dos combustíveis e outras matérias-primas ficarem mais caras. A indústria é o setor onde maior número de gestores quer subir os preços, mas a tendência de aumento também se verifica na construção, serviços ou comércio.
Do lado dos consumidores, também há a expectativa de que os preços volte a crescer. É o que revelam os inquéritos mensais de conjuntura, relativos a setembro, divulgados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e citados pelo Jornal de Negócios, que têm por base as respostas de perto de 5 mil empresas do setor da indústria transformadora, construção, comércio e serviços, e respostas de 1455 consumidores portugueses.
Olhando às empresas, as expectativas sobre a evolução de preços de venda nos próximos três meses aumentou pelo segundo mês consecutivo, sendo que nos serviços verifica-se um crescimento da tendência desde julho.
Assim, é esperado que os preços tenham um aumento em janeiro, altura em que, por norma, as empresas atualizam os preços de venda aos consumidores.
António da Ascensão Costa, economista do ISEG, adianta ao mesmo jornal que a subida está também relacionada com a potencial “pressão crescente devido aos preços do petróleo”.
De acordo com os dados do INE, o saldo das expectativas relativas aos preços de venda no setor da indústria subiram, em setembro, de 1,5 pontos para 5. As expetativas de subida de preços cresceram acima de tudo nos bens de consumo e bens intermédios, diminuindo ligeiramente nos bens de investimento.
Na construção o saldo das perspetivas aumento de 14,5 pontos para 15,6, tendo a trajetória invertido em julho. Já no comércio o aumento é ligeiro, em setembro, de 10 pontos para 10,2.
Nos serviços o saldo das expetativas de aumento de preços aumentou em setembro de 14,7 pontos para 16,4.
Olhando aos consumidores, o mesmo dado cresceu no mês passado, de 14,7 pontos para 16,4.