“Saiam enquanto ainda podem”: Países da UE apelam aos seus cidadãos para deixarem o Líbano perante escalada no conflito

Diversos países da União Europeia estão a exortar os seus cidadãos a deixarem o Líbano com urgência, após Israel ter iniciado uma ofensiva terrestre contra o Hezbollah, na sequência do aumento das tensões na região. O apelo surge num momento de grande incerteza, à medida que o conflito na fronteira sul do Líbano se intensifica.

O embaixador dos Países Baixos no Líbano, Frank Mollen, fez um apelo enfático aos cidadãos holandeses na terça-feira, afirmando: “Saiam enquanto ainda podem.” No entanto, Mollen sublinhou que, por agora, o governo holandês não prevê organizar um voo de evacuação. “Isso é realmente o último recurso, só se faz se não houver mesmo outra opção”, declarou Mollen à imprensa holandesa NOS.

A situação no sul do Líbano deteriorou-se rapidamente após a morte do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em ataques aéreos israelitas na sexta-feira, culminando no lançamento de uma ofensiva terrestre por parte de Israel na terça-feira. O confronto agravou-se consideravelmente, levando vários países a tomar medidas para proteger os seus cidadãos.

Reino Unido organiza voo de evacuação
O governo britânico foi um dos primeiros a agir, anunciando na segunda-feira à noite que fretou um voo de evacuação do Líbano que deverá partir na quarta-feira. “É vital que saiam agora, pois futuras evacuações podem não estar garantidas”, alertou o secretário dos Negócios Estrangeiros britânico, David Lammy, dirigindo-se aos cidadãos do Reino Unido. Lammy classificou a situação como “volátil” e advertiu sobre o potencial de um rápido agravamento do conflito.

Alemanha disponibiliza avião militar
Por sua vez, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Alemanha informou na segunda-feira que enviou uma aeronave militar especial para Beirute com o objetivo de apoiar a retirada de funcionários alemães e das suas famílias, bem como de membros de organizações parceiras da Alemanha. “Cidadãos alemães que se encontram em situações de risco, especialmente por razões médicas, também estão a ser levados”, informou o ministério em comunicado.

Itália apela à saída imediata dos cidadãos
O governo italiano também emitiu um aviso aos seus cidadãos no Líbano. O ministro dos Negócios Estrangeiros de Itália, Antonio Tajani, apelou na segunda-feira à noite para que todos os italianos deixassem o país “utilizando voos comerciais a partir de Beirute para Milão ou Roma”. Tajani sublinhou a urgência da situação: “Neste momento, é aconselhável deixar o país, pois a situação é realmente complicada e há combates em curso. Para garantir a máxima segurança, é importante que os cidadãos italianos saiam.”

Situação incerta no Líbano
O apelo dos países europeus reflete a crescente preocupação com a escalada de tensões na região, especialmente após a morte de Nasrallah, um dos principais líderes do Hezbollah. O risco de um conflito de maior escala é evidente, levando vários governos a recomendar uma saída imediata do Líbano, seja por meios próprios ou com o auxílio de voos fretados por governos.

Portugueses que pediram ajuda para sair chegaram no fim de semana
Chegaram no sábado a Portugal os primeiros portugueses retirados do Líbano, no seguimento de uma operação do Estado português para colocar em segurança os cidadãos nacionais que pediram para sair do país, depois de uma semana de intensos bombardeamentos de Israel, que fizeram centenas de mortos.

No total, segundo a SIC, são cerca de 100 os cidadãos portugueses que estão registados como residetes no Líbano, mas o voo de repatriamento não trouxe todos: apenas chegaram a Lisboa 44 pessoas.

O Executivo de Montenegro assegura estar em contacto com os que permaneceram no país, para o caso de também precisarem de ajuda para serem retirados.

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