Yevgeny Prigozhin, fundador do grupo paramilitar Wagner, alertou esta quarta-feira que a Rússia pode enfrentar uma revolução semelhante à de 1917 e perder o conflito na Ucrânia, a menos que a elite leve a sério a guerra.
“Estamos em tal condição que poderíamos perder a Rússia. Esse é o principal problema. Precisamos de impor a lei marcial”, sustentou o aliado de Putin.
Se os russos comuns continuarem a trazer os filhos de volta em caixões enquanto os filhos das elites “abanam o rabo” ao sol, a Rússia pode enfrentar uma turbulência semelhante às revoluções de 1917, que deram início a uma guerra civil. “Essa divisão pode terminar como em 1917 com uma revolução.”
“Primeiro os soldados vão-se levantar, e depois disso os seus entes queridos vão-se levantar”, frisou Prigozhin. “Já existem dezenas de milhares de parentes dos mortos. E provavelmente haverá centenas de milhares. Não podemos evitar isso.”
O responsável do grupo Wagner garantiu ainda que havia uma visão supostamente otimista de que o Ocidente iria cansar-se da guerra na Ucrânia e a China iria intermediar um acordo de paz. No entanto, a visão de Prigozhin é diferente. “O mais provável é que esse cenário não seja bom para a Rússia, então precisamos preparar-se para uma guerra árdua”, disse, em entrevista no seu canal da rede social ‘Telegram’, acusando a liderança militar da Rússia de ter “estragado tudo” repetidamente durante a guerra. O objetivo declarado de desmilitarizar a Ucrânia, disse, falhou. Para Prigozhin, a Rússia precisa mobilizar mais homens e direcionar a economia exclusivamente para a guerra.














