Rússia acusa Ucrânia de preparar ataque “químico” apoiado pela NATO

As autoridades russas acusaram, esta quarta-feira, a Ucrânia de estar a preparar um ataque com armas químicas com o apoio da NATO, procurando colocar, em última análise, a culpa em Moscovo.

“Temos informações confiáveis ​​de que, com o apoio ocidental, a Ucrânia planeia encenar uma série de provocações anti-Rússia que envolvem o uso de armas químicas na zona de operação militar especial”, acusou a embaixada da Rússia nos Estados Unidos, em comunicado, citado pela revista ‘Newsweek’. “Os preparativos do regime de Kiev e dos seus curadores estão em andamento para fabricar evidências para acusar a Rússia de violações da CWC [Convenção sobre Armas Químicas] durante operações de combate”, acrescentou o comunicado.

Segundo a embaixada russa, em preparação para o suposto ataque, os “países da NATO entregaram mais de 70 dispositivos avançados de deteção e registo de produtos químicos tóxicos à Ucrânia entre julho e setembro de 2024, incluindo os mais recentes detetores e analisadores de gás”. Mais: “as forças de segurança ucranianas foram treinadas tanto na Ucrânia como em centros da NATO em métodos de falsificação de evidências”, enquanto “os países da NATO, em parte através do Secretariado Técnico da OPAQ [Organização para a Proibição de Armas Químicas], estão a ajudar a Ucrânia a construir um ‘corpo de evidências’ para acusar ainda mais a Rússia de violações da CWC”.

A OPAQ indicou à publicação uma declaração emitida em maio pelo seu porta-voz, salientando que “vem monitorizando a situação no território da Ucrânia desde o início da guerra em fevereiro de 2022 em relação às alegações de uso de produtos químicos tóxicos como armas”. “Tanto a Federação Russa quanto a Ucrânia acusaram uma à outra e relataram alegações de uso de armas químicas à Organização”, disse o porta-voz da OPAQ.

No entanto, a Rússia salientou que “o Ocidente coletivo criou uma atmosfera de impunidade que encoraja o regime de Kiev à medida que ele prossegue perpetrando crimes de larga escala, incluindo o uso de produtos químicos tóxicos”, referindo que tem partilhado regularmente “informações detalhadas” com a OPAQ e o Conselho de Segurança da ONU sobre “o uso em massa de agentes químicos de guerra pela Ucrânia, violando os seus compromissos sob a CWC, bem como provocações encenadas por Kiev e pelos seus apoiantes ocidentais para acusar falsamente as Forças Armadas Russas de ações semelhantes”.

“Pedimos a Washington que pare de ceder cinicamente às provocações de Kiev em nome de um desejo ilusório de infligir uma ‘derrota estratégica’ à Rússia”, disse a embaixada russa. “Em vez de patrocinar os fantoches ucranianos que estão a contorcer-se em agonia, a administração americana deveria considerar criticamente o que está a acontecer e os possíveis riscos que emanam do ‘terrorismo químico’ ucraniano.”

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