Quem é o emigrante português que terá destruído vídeos de vigilância para ajudar Trump?

Carlos de Oliveira, emigrante português acusado no caso de desvio de documentos classificados do antigo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, testemunhou esta segunda-feira em Miami e foi libertado sob fiança. O emigrante português, de 56 anos, vive nos Estados Unidos há cerca de três décadas e trabalha há mais de 20 anos na propriedade do ex-presidente americano na Florida.

Antigo empregado doméstico, é desde 2022 o caseiro de Mar-a-Lago e terá sido o responsável pela ordem para que fossem eliminados os vídeos de segurança comprometedores para Trump, uma vez que mostravam caixas de documentos a serem mudadas de local para serem ocultadas do FBI.

“O chefe quer o servidor apagado”, terá dito ao responsável informático. De acordo com o Departamento de Justiça, Oliveira agiu sob as ordens de Nauta e recebeu a garantia do próprio ex-presidente americano, numa conversa telefónica de 24 minutos, de que não teria de pagar a sua defesa se viesse a ser acusado de algum crime.

O procurador Jack Smith acusou Nauta e Oliveira de mentirem ao FBI, um crime com uma pena máxima de cinco anos.

A juíza responsável pelo processo, Aileen Cannon, agendou para 20 de maio de 2024 o início do julgamento de Trump e de um outro funcionário do ex-presidente dos EUA, Waltine Nauta, também acusado de tentar destruir provas no caso relacionado com os documentos confidenciais da Casa Branca retidos na mansão de Mar-a-Lago durante um ano e meio, entre janeiro de 2021 e agosto de 2022.

No primeiro despacho de acusação, divulgado em junho, Trump foi acusado de 31 crimes de violação da Lei de Espionagem, referentes à posse ilegal de 31 documentos classificados como secretos e ultrassecretos que devia ter cedido aos Arquivos Nacionais após o fim do seu mandato, em janeiro de 2021. Foi também acusado de seis crimes de obstrução de justiça.

No entanto, o procurador especial responsável pela investigação, Jack Smith, assinou um novo despacho de acusação, no qual elevou em três as acusações, para um total de 40.

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