Quanto valem as bolas de berlim na praia? Vendedores chegam a fazer mais de 50 mil euros num verão
É um hábito cada vez mais comum nas praias portuguesas: a bola de berlim, que apesar de estar mais cara, continua a ser muito procurada.
Este verão, revela o jornal ‘Observador’, este doce está mais caro: em várias praias no sul do país, em particular no Algarve, custa 1,5 euros. No entanto, pode chegar aos 3 euros. O preço varia conforme o areal…
No Burgau, por exemplo, onde só há um vendedor com licença, uma bola de berlim custa 2 euros, com ou sem creme – se tiver outros recheios, sobe para 2,5 euros. Há um ano, os preços estavam nos 1,8 e 2,2 euros, respetivamente: o fabricante subiu o preço, o que teve reflexos no preço de venda.
Em Montegordo, no espaço de um ano, subiu de 1,7 para 2 euros: na praia de Alagoa-Altura, ao lado, custa 1,8 euros, após uma decisão conjunta dos vendedores. No entanto, se chegar à praia do Carvalhal, em Grândola, o preço dispara para os 3 euros com creme, custando ‘apenas’ 2,5 euros sem creme.
A concorrência é feroz e nos areais nacionais há casos em que o doce se vende a 2 euros: se alguém o tentar vender a 1,8 euros a unidade, “os concorrentes caem-lhe em cima”.
Mas quanto custa fazer uma Bola de Berlim?
Sem creme: 30 cêntimos. Com creme: 60 ou 70 cêntimos. Os custos são um pouco variáveis porque há vendedores que só compram a bola e colocam depois o recheio, cujo valor varia: se for de pistachio, chega aos 120 euros por cinco quilos, se for de ovos custa quatro euros por quilo.
Uma fábrica que produz a bola de berlim tem de ter lucro; vende a 90 cêntimos a unidade, ou seja, um lucro de 20 ou 30 cêntimos. O que significa que os vendedores praticamente dobram o valor em cada bola vendida. No geral, é um negócio lucrativo – mas que só dura dois ou três meses por ano.
Um empresário, citado pelo jornal online, que tem vários vendedores contou que tira só para ele 54 mil euros num verão: vende 1.500 bolas por dia. Mas, o preço não podia ser mais baixo? A concorrência na praia não o permite, face à intensa procura.
Há três fatores principais que contribuem para esta procura: é um produto que se associa à praia, um pequeno luxo, não se olha para o preço; a economia comportamental ensina-nos o “efeito de manada”, um comportamento por imitação, comemos por ver os outros a comer; e a mão-de-obra está mais cara.
Por último, uma licença para vender na praia custa entre 100 e 320 euros: os critérios dependem, entre a licitação ou antiguidade para obter a licença – já a origem da bola de berlim tem de ser um estabelecimento licenciado. E, ao contrário do que se pensa, este doce não tem de ser transportado num cesto térmico.