A escassez de médicos volta a ditar o encerramento temporário de serviços de urgência em vários hospitais do país, precisamente no próximo fim de semana prolongado do 25 de Abril. De acordo com dados atualizados no portal oficial do Serviço Nacional de Saúde (SNS), estarão encerradas cinco urgências na sexta-feira, oito no sábado e novamente cinco no domingo. As especialidades de Ginecologia, Obstetrícia e Pediatria são, mais uma vez, as mais afetadas, com especial incidência no distrito de Setúbal.
Na próxima sexta-feira, feriado nacional, estarão encerradas as urgências de Ginecologia e Obstetrícia nos hospitais Garcia de Orta (Almada), São Bernardo (Setúbal) e Fernando Fonseca (Amadora). Já no Hospital de Nossa Senhora do Rosário, no Barreiro, o impacto é duplo, com os serviços de Ginecologia e Obstetrícia, apesar de separados, a estarem ambos encerrados.
A situação agrava-se no sábado, 26 de abril, com o encerramento de oito serviços de urgência. Entre os hospitais afetados estão, novamente, o Garcia de Orta e o Hospital de Setúbal, com interrupções nas áreas de Ginecologia e Obstetrícia. No Barreiro e em Castelo Branco encerram as urgências de Ginecologia, enquanto as de Obstetrícia estarão encerradas em Santarém e também no Barreiro. A Pediatria será igualmente afetada, com o fecho das urgências nos hospitais de Vila Franca de Xira e de Loures.
Já no domingo, 27 de abril, mantém-se o encerramento de cinco urgências: a Pediatria de Loures e Vila Franca de Xira continua indisponível, bem como as urgências de Ginecologia e Obstetrícia em Setúbal e Almada. No Barreiro, apenas a Obstetrícia se manterá encerrada. O padrão é, portanto, repetido, com os mesmos serviços a falharem a cobertura em diferentes dias do fim de semana prolongado.
A situação gerou indignação em vários setores locais. Paulo Silva, presidente da Câmara Municipal do Seixal, classificou como “inadmissível” o encerramento prolongado das urgências de Obstetrícia e do bloco de partos do Hospital Garcia de Orta. “Estamos perante uma situação de grande gravidade, que põe em risco a resposta hospitalar numa área densamente populosa e que merece respeito”, afirmou o autarca, exigindo uma solução urgente por parte do Governo.
Este novo ciclo de encerramentos ocorre numa altura em que se concluiu a construção da nova maternidade do Hospital de Santa Maria, em Lisboa. A unidade, que entrou em funcionamento esta semana, deverá ultrapassar a meta inicial de 2500 partos até ao final do ano. Segundo os dados avançados, o ritmo atual ronda os oito nascimentos por dia, o que deverá permitir alcançar os 2650 partos, número que excede as previsões iniciais.














