‘Operação Influencer’: saiba quem são os 9 suspeitos na mira do Ministério Público
A investigação aos negócios do lítio e hidrogénio tem nove arguidos, cinco dos quais estão detidos, segundo indicou o despacho do Ministério Público (MP).
Os detidos são Vítor Escária, chefe de gabinete do primeiro-ministro hoje exonerado, Diogo Lacerda Machado, advogado, consultor e amigo do primeiro-ministro, António Costa, Nuno Mascarenhas, presidente da Câmara de Sines, Afonso Salema e Rui Neves, administradores da sociedade ‘Start Campus’. Além dos detidos, são também arguidos João Galamba, ministro das Infraestruturas, Nuno Lacasta, presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), João Tiago Silveira, advogado e antigo porta-voz do PS, e a empresa START – Sines Transatlantic Renewable & Technology Campus SA.
Mas quem são, afinal, as caras envolvidas no caso que provocou a derrocada no Governo e que ligações têm entre si?
Diogo Lacerda Machado
Está indiciado por tráfico de influência, prevaricação, corrupção ativa a titular de cargo político, prevaricação e recebimento ou oferta indevida de vantagem quanto a titular de cargo político, alguns crimes em coautoria.
João Tiago Silveira
Advogado, foi secretário de Estado da Justiça no primeiro Governo de José Sócrates. Não são ainda conhecidas as suspeitas do MP que levaram a que fosse constituído arguido.
Vítor Escária
O MP indiciou Vítor Escária por tráfico de influência e dois crimes de prevaricação em coautoria com Diogo Lacerda Machado, dois crimes de prevaricação com Rui Neves, Afonso Salema e Diogo Lacerda Machado.
João Galamba
Ministro das Infraestruturas e ex-secretário de Estado da Energia, João Galamba é suspeito de ter movido influências “de outras entidades, como a APA e o ICNF”, no licenciamento ambiental do projeto de lítio da Savannah, entre outros.
Rui Almeida Neves
Rui Neves, administrador da Start Campus, está indiciado por tráfico de influência, corrupção ativa a titular de cargo político, prevaricação e recebimento ou oferta indevida de vantagem quanto a titular de cargo político.
Afonso Salema
CEO da Start Campus, Afonso Salema foi detido devido aos contatos com o Governo sobre o projeto do centro de dados. Segundo o MP, a dispensa de avaliação de impacto ambiental na primeira fase e a aprovação da segunda fase seriam algumas das matérias.
Nuno Mascarenhas
Presidente da Câmara Municipal de Sines, o socialista Nuno Mascarenhas é suspeito de ter cometido os crimes de corrupção passiva a titular de cargo político agravado e prevaricação.
Nuno Lacasta
Só foi suplantado por João Galamba na altura de ser constituído arguido pelo Ministério Público. Em causa estão suspeitas de uma “intervenção ilícita” na avaliação ambiental do projeto da Lusorecursos Portugal Lithium para a mina de Montalegre, assim como para o projeto de Boticas. Terá aceitado refeições pagas pela ‘Start Campus’ para alegadamente favorecer os interesses da empresa.