Onze bebés brasileiros foram vítimas de um estranho erro hospitalar: em vez de terem sido vacinados contra a hepatite B, acabaram por receber uma vacina com um antídoto para mordeduras de cobra. Os recém-nascidos foram assistidos num hospital em Canoinhas, no estado de Santa Catarina, sendo que as autoridades locais estão a investigar se foi um erro ou se foi intencional.
“Ao abrir um novo frasco, como as caixas eram parecidas, a enfermeira acabava por tirar o frasco da prateleira errada”, explicou Karen Adur, diretora do hospital, ao jornal canarinho “O Globo”. “Tanto o soro como a vacina podem ser armazenados no mesmo frigorífico. Mas é preciso ter cuidado na leitura dos frascos.”
De acordo com o hospital, não há reações adversas nos recém-nascidos, que não estão internados, estão estáveis e em observação. Os bebés ficarão em observação no máximo 30 dias.
Julliana Maciel, presidente da Câmara Municipal de Canoinhas, contratou uma auditoria externa para apurar o que se passa no Hospital Santa Cruz. “Precisamos de perceber com clareza e responsabilidade o que se passa lá”, disse a autarca.
Os bebés receberam uma dose intramuscular de 0,5 ml, uma quantidade muito inferior à utilizada nos casos de mordeduras de cobra, que pode variar entre 20 e 40 ml em incidentes ligeiros e até 120 ml nos casos mais graves. Cada frasco de soro contém 10 ml. Esta dose de 0,5 ml é exatamente a mesma que a utilizada na vacina contra a hepatite B.
“A nossa prioridade é cuidar destes recém-nascidos e garantir que tudo corre bem para os bebés, os pais e também os profissionais envolvidos nesta situação”, concluiu Adur.
