Musk quer mudar o mapa da Terra unindo dois continentes com túnel de 4.800 km

Elon Musk pretende ligar Nova Iorque a Londres através de um túnel transatlântico: segundo a The Boring Company, do homem mais rico do mundo, o custo da construção deste projeto monumental poderá ser de 20 mil milhões de dólares – este conceito, recordou a publicação espanhola ‘El Economista’, poderá transformar radicalmente a forma como são feitas as viagens entre os Estados Unidos e o Reino Unido.

O projeto do túnel transatlântico envolveria uma extensa construção sob o Oceano Atlântico, facilitando as viagens em comboio de alta velocidade que poderiam reduzir o tempo de viagem entre as duas cidades para menos de uma hora. Atualmente, um voo típico entre Londres e Nova Iorque dura cerca de oito horas, pelo que a criação de um túnel desta natureza não só revolucionaria os transportes, mas também teria um impacto significativo na logística e no comércio global.

Apesar da magnitude do projeto, Musk está otimista, afirmando que a construção do túnel poderá ser realizada graças aos avanços na tecnologia e automação de túneis, elementos que a sua empresa já demonstrou em projetos menores, como o Las Vegas Convention Center Loop. No entanto, a proposta também levanta questões sobre a viabilidade técnica, o financiamento e o impacto ambiental, que devem ser abordadas antes de se avançar para a concretização deste plano ambicioso.

O uso da tecnologia Hyperloop é um componente chave na proposta de Musk. Introduzido em 2013, é baseada em veículos pressurizados que viajam por túneis selados a vácuo, eliminando a resistência do ar e permitindo atingir velocidades teóricas superiores às dos comboios convencionais. Se implementados corretamente, os Hyperloop poderão reduzir drasticamente o tempo de viagem entre Londres e Nova Iorque, transformando Musk num pioneiro no transporte intercontinental.

No entanto, o projeto não está isento de desafios significativos. A construção de um túnel de 4.800 quilómetros sob o Oceano Atlântico enfrenta obstáculos técnicos como a pressão oceânica, a geografia subaquática e a possibilidade de atividade sísmica.

Outro aspeto crítico é a sustentabilidade do projeto. A construção de um túnel desta magnitude poderá ter efeitos ambientais consideráveis, desde a alteração dos ecossistemas marinhos até às emissões de carbono associadas à obra.

O anúncio de Musk gerou reações mistas na comunidade pública e científica. Os defensores do túnel transatlântico argumentam que, se for implementado, poderá melhorar a conectividade global, estimular o comércio e criar numerosos empregos. No entanto, os céticos citam o histórico de custos excessivos em projetos de infraestruturas e a falta de testes em larga escala para a tecnologia Hyperloop como razões para duvidar da viabilidade da proposta.