MNE russo apoia oferta turca para segunda ronda de negociações

Escolha de Istambul pela Rússia como sede do processo negocial tem “grande importância” para as relações entre os dois países, disse Hakan Fidan, ministro dos Negócios Estrangeiros turco, no início do encontro com Lavrov

Executive Digest com Lusa
Maio 27, 2025
18:31

O ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE) russo, Serguei Lavrov, apoiou hoje a proposta do seu homólogo turco, Hakan Fidan, de Istambul voltar a acolher uma nova ronda de negociações entre Moscovo e Kiev sobre o conflito na Ucrânia.

“No que diz respeito à Rússia e à Ucrânia, se me perguntarem, eu voltaria novamente para os nossos amigos turcos: Istambul está a sair-se muito bem”, disse Lavrov em conferência de imprensa, em Moscovo após receber o chefe da diplomacia de Ancara.

Fidan indicara hoje que o seu país está disponível para voltar a acolher uma nova ronda de negociações entre russos e ucranianos na cidade de Istambul, argumentando que é “uma obrigação garantir a paz no planeta”.

A escolha de Istambul pela Rússia como sede do processo negocial tem “grande importância” para as relações entre os dois países, disse Fidan no início do encontro com Lavrov.

O ministro dos Negócios Estrangeiros turco considerou que os laços bilaterais históricos garantem “paz, estabilidade e bem-estar” na região e em todo o mundo, e salientou ainda a receção no dia anterior concedida pelo Presidente russo, Vladimir Putin.

Na semana passada, o chefe da diplomacia russa rejeitou o Vaticano como alternativa para palco das negociações, uma opção apoiada pelo Papa Leão XIV, pela Ucrânia e pelos Estados Unidos.

“É deselegante que dois países ortodoxos discutam questões relacionadas com a eliminação das causas profundas [do conflito) numa plataforma católica”, argumentou.

De acordo com relatos da imprensa internacional, o ministro dos Negócios Estrangeiros turco viajará também para Kiev para discutir a próxima ronda de negociações em Istambul.

Em 16 de maio, Istambul acolheu a primeira ronda de negociações diretas entre a Rússia e a Ucrânia desde abril de 2022, mas não se registaram progressos significativos.

A Rússia, cujo Exército ocupa quase 20% do território ucraniano, continua a impor as suas exigências maximalistas, que implicam o reconhecimento de quatro regiões parcialmente ocupadas (Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia) e a península anexada da Crimeia, a desmilitarização do país vizinho e a recusa da sua adesão à NATO.

Por seu lado, Kiev, mais os seus aliados ocidentais, exige uma trégua antes de conversações de paz com o Presidente russo, Vladimir Putin, e não abdica da soberania sobre as regiões parcialmente ocupadas.

Fidan declarou antes de se deslocar a Moscovo que a Turquia, que condenou a anexação da península da Crimeia pela Rússia, defende uma “paz justa e duradoura” no conflito.

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