Mário Machado desafia proibição de Moedas a marcha neonazi e organiza outro protesto no mesmo dia em Lisboa

Por Pedro Zagacho Goncalves

O grupo neonazi 1143 estava a organizar uma marcha “contra a islamização da Europa” e “anti-Islão” para o dia 3 de fevereiro, noa Mouraria e Martim Moniz, mas a ação acabou proibida pela Câmara Municipal de Lisboa, Mário Machado, porta-voz do grupo, adianta que vai desafiar a proibição e organizou um protesto para o mesmo sábado, e para a mesma hora (18hh00), noutra zona de Lisboa.

“Não nos vão calar, não nos vão obrigar a aceitar esta islamização forçada”, diz Mário Machado, num vídeo publicado nas redes sociais.

Questionado pela SIC, Mário Machado, já condenado por vários crimes de ódio, recusou que a marcha que estava a organizar violasse direitos constitucionais. “Pelo contrário, um dos princípios constitucionais é a liberdade de expressão e manifestação”, aponta. “Por isso, estamos a organizar um protesto, que só precisamos de comunicar, não precisamos de autorização da Câmara Municipal, e isso já foi feito, em dezembro”, continua.

Recorde-se que, após a marcha neonazi começar a ganhar tração nas redes sociais, um grupo de mais de 5 mil pessoas assinaram uma carta aberta, enviada a várias autoridades e entidades, incluindo ao Presidente da República, a pedir que o protesto que consideram “promover o racismo e a xenofobia” fosse travado.

Com efeito, a iniciativa veio a ser chumbada pela autarquia liderada por Carlos Moedas, que se baseou num parecer da PSP, que considera que “existe um risco elevado de gerar uma perturbação grave e efetiva da ordem e tranquilidade públicas” na marcha que estava a ser organizada.

Mário Machado diz que nunca foram registados “incidentes” de violência nas manifestações que organizou em Portugal desde 2005 e diz que o parecer e a decisão são “mentira” da PSP e “do senhor Carlos Moedas”, criticando o facto de os contraprotestos de organizações antirracistas terem sido permitidos.

“Não vamos abdicar dos nossos direitos constitucionais. Esta decisão vai ser contestada”, assegura Mário Machado nas redes sociais, indicando que já deu entrada com uma queixa no Tribunal Administrativo.

O responsável assegura que o grupo e os manifestantes irão “responder ordeira e pacificamente” no novo protesto marcado para o próximo sábado, com local ainda a ser revelado pela organização.

“Estão toos convocados, mantenham-se atentos, que o local será revelado na próxima [esta] semana”, explicou o porta-voz do grupo neonazi.

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