INEM deixou mais de 2.300 chamadas sem resposta no pior dia das greves: é o número mais alto em 10 anos
O INEM deixou por atender mais de 2.300 chamadas no pior dia das greves – apenas tiveram resposta 2.510 chamadas, no que foi mesmo o número mais baixo em 10 anos, apontou esta quarta-feira o jornal ‘Público’.
A 4 de novembro – quando se sobrepuseram duas greves e não houve cumprimento dos serviços mínimos -, as centrais telefónicas do Instituto Nacional de Emergência Médica deixaram 2.305 chamadas sem resposta, embora muitas correspondam a chamadas de pessoas que, sem conseguirem atendimento nos CODU (Centros de Orientação de Doentes Urgentes), onde as chamadas são triadas, desligavam o contacto e voltavam a ligar.
Nesse dia, apontou o jornal diário, as centrais do 112 atenderam 16.614 pedidos de ajuda, dos quais 4.815 foram reencaminhados para o INEM. “Não nos surpreende o número de chamadas perdidas, pelo contrário, considerando que muitas chamadas são encaminhadas pela linha SNS24, ou diretamente pelos bombeiros, não passando na central 112, o número de chamadas real que ficou por atender será manifestamente superior”, apontou Rui Lázaro, presidente do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar.
O INEM indicou que as chamadas reencaminhadas pelo 112 não são as únicas atendidas nas suas centrais telefónicas. “Recordamos que o CODU não recebe apenas as chamadas transferidas pelo 112, mas também as chamadas que são encaminhadas através do SNS24 bem como os pedidos de triagem das chamadas que são recebidas diretamente nas centrais dos bombeiros e CVP”, referiu.
O coordenador da Comissão de Trabalhadores do INEM, Rui Gonçalves, salientou que o número “é substancial” e “preocupa” os profissionais da instituição. “As medidas de contingência estão a funcionar, mas o INEM continua a sobreviver à custa das horas extraordinárias”, apontou.