Incêndios: 92 ocorrências desde a meia-noite. 18 vítimas (duas graves). Proteção Civil diz que situação é complexa e desaconselha uso de autoestradas

André Fernandes, comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, fez o balanço sombrio do dia no que diz respeito aos incêndios. “A situação meteorológica mantém-se num estado de agravamento, não é expectável qualquer melhoria. A humidade abaixo dos 25% e a circulação do vento de quadrante leste, com rajadas até 70 km/h mantém-nos num estado de alerta especial de nível vermelho”, referiu.

“No dia de hoje, até às 12h30, tivemos 92 ocorrências registadas, ontem tivemos 173 ocorrências. O que nos indica que o apelo que temos feito ainda não surtiu efeito. Este elevado número de ignições tem conduzido a muitos focos de elevado potencial, muitos deles ativos e intensos”, precisou André Fernandes.

Ao todo, referiu, “há 36 incêndios em curso”, com 2.179 operacionais, 645 meios terrestre e 32 meios aéreos. No entanto, “há 10 ocorrências significativas ativas, que nos preocupam bastante”.

“A situação é complexa. Quando há zonas urbanas envolvidas, há tendência de haver mais pânico”, indica, apelando “à calma” e para a população “não circular” na zona dos incêndios, para “não colocar mais carga” às autoridades. “Não circulem na zona dos incêndios”, reforça. “A situação não está fora de controlo, está complexa. Os meios estão no terreno, a situação vai infelizmente durar. Hoje é um dia complicado, amanhã também será. É fundamental reduzir o número de ignições e não adotar comportamentos de risco”, apela.

“Chamamos à atenção para os conselhos da GNR e PSP, que vão mantendo os cortes de estradas na zona dos incêndios“, precisa. “Evitarem utilizar as autoestradas das zonas afetadas, optando por itinerários mais no interior do país”, indica.

A registar ainda as “18 vítimas, sendo que seis das quais assistidas na rede de proteção civil, 9 feridos ligeiros e dois feridos graves” entre os bombeiros, além de lamentar a morte do bombeiro vítima de paragem cardiorrespiratória. Não há civis feridos, garante.

As evacuações, indicou, “estão a ocorrer em Sever do Vouga, Oliveira de Azeméis e Cabeceiras de Basto, e são já 70 pessoas, “que tem corrido dentro do expectável, com a população a colaborar”.

Sobre a chegada de quatro meios aéreos (de Espanha, França e Itália, e um outro que não foi desvendado), ao abrigo do Mecanismo Europeu de Proteção Civil, “são esperados amanhã”, concluiu André Fernandes.

DGS deixa recomendações à população mais próxima dos incêndios

A Direção-Geral de Saúde, apontou, recomendou o uso de máscaras à população: a inalação de fumos ou de substâncias irritantes químicas, e o calor podem provocar danos nas vias respiratórias.

Existem dois mecanismos de lesão:

– Lesão pelo calor (queimadura);
– Irritação/toxicidade pelos componentes químicos do fumo.

Neste sentido, deve evitar-se a exposição ao fumo. É a forma mais efetiva de prevenir danos.

O que fazer em situação de inalação de fumos:

– Retirar a pessoa do local e evitar que respire o fumo ou esteja exposta ao calor;
– Pesquisa de sinais de alarme:
– Presença de queimaduras faciais;
– Sinais de dificuldade respiratória;
– Alteração do estado de consciência.

(em atualização)

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