Hoje é dia de greve na Função Pública: há escolas fechadas, consultas adiadas e serviços a meio gás. Sindicato espera “enorme adesão e grandes impactos”
Hoje é dia de greve é dia de greve da Função Pública, convocada pela Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública e, segundo indica o coordenador da federação sindical, Sebastião Santana, à Executive Digest, é esperada “enorme adesão” em vários setores e “grandes impactos e constrangimentos em vários serviços”, devido á paralisação.
“Esperamos uma enorme adesão a esta greve, perante um descontentamento esmagador em todos os setores da Administração Púbica”, começa por dizer à Executive Digest Sebastião Santana, destacando o “grande trabalho de mobilização que tem vindo a ser feito”, em antecipação à greve de hoje.
Os efeitos, sublinhou o responsável, começaram a ser sentidos já ontem à noite, nos serviços de limpeza e recolha se resíduos urbanos e nos hospitais. Hoje, o impacto será maior e mais notório, com um grande leque de setores e serviços afetados.
Segundo o sindicalista é esperado “forte impacto”, em “balcões da Segurança Social, lojas do cidadão, conservatórias, registos, balcões das finanças, e depois tudo o que seja saúde, com hospitais em serviços mínimos, muitos centros de saúde fechados, consultas e cirurgias adiadas, para além de escolas fechadas”.
“Todos esses serviços e todos aqueles que tiverem atendimento ao público. Alguns terão funcionamento em ‘backoffice’ e a população poderá não notar tanto, mas ainda assim será muito grande o impacto sentido”, assegura o coordenador da Frente Comum.
No que respeita aos centros de saúde, o responsável diz que “não se trata de uma possibilidade”: “è mesmo muito provável que muitos encerrem, e a esmagadora maioria terá perturbações de funcionamento”, assegura.
Também muitas escolas poderão estar encerradas hoje, já que a Fenprof – Federação Nacional de Professores, também se juntou á greve.
Há mais de um ano que professores e médicos estão em ‘braço-de-ferro’ com o Governo, procurando salários mais altos e melhores condições de trabalho, sendo que a greve de hoje acontece no mesmo dia em que sindicatos dos médicos e Ministério da Saúde voltam à mesa das negociações, e antes de, na semana que vem, arrancar a discussão da proposta do Governo do Orçamento do estado para 2024.
“É um problema que toca a todos os trabalhadores da Administração Pública, a questão salarial, das carreiras, do sistema de avaliação, de falta de reforços dos serviços público… são sentidas por todos os trabalhadores e não apenas por um ou outro grupo específico”, indica o responsável sindical, indicando que médicos e professores “vão ser com certeza um importante contributo para o sucesso da jornada de luta desta sexta-feira”.
Esta greve, recorde-se, foi convocada após uma proposta do Governo de aumento de salários na Função Pública, de 52 euros, ter sido considerada “miserabilista” pela Frente Comum.
“A contraproposta o Governo é miserabilista, perante a capacidade de resposta que o país tem neste momento, faz uma proposta de 52 euros com 3% de aumento e o que quer dizer é que está a obrigar os trabalhadores da Administração Pública a continuar a empobrecer. Os trabalhadores rejeitam absolutamente este caminho e decidimos marcar uma greve nacional dos trabalhadores da Administração Pública”, indicou Sebastião Santana.
A Frente Comum apresentou ao Governo uma proposta de revisão salarial de pelo menos 15%, com mínimo de 150 euros de aumento por trabalhador, que mantém.
“Esta greve ocorrerá porque os trabalhadores foram empurrados para lá, porque o Governo, tendo soluções, decidiu não as pôr em prática”, continua o sindicalista.
Outro aspeto, também já referido por Sebastião Santana, que motiva esta paralisação é a discordância com o atual o Sistema Integrado de Gestão e Avaliação do Desempenho na Administração Pública (SIADAP), que a estrutura sindical considera que “impede a progressão dos trabalhadores, promovendo a estagnação salarial” e que contribui desta forma “para uma maior degradação dos serviços públicos”.