“Há doentes que podem ficar sem serviço de urgência já a partir desta semana”: Médicos pedem reunião urgente ao ministro

A Ordem dos Médicos (OM) pede uma reunião urgente com o ministro da Saúde, Manuel Pizarro. Em declarações à Renascença (RR), o bastonário alerta que há 25 hospitais com urgências fortemente condicionados, por haver cada vez mais médicos a recusar prestar serviço para além das 150 horas extra estipuladas por lei.

Há doentes que podem ficar sem serviço de urgência já a partir desta semana, sublinha Carlos Cortes, em declarações à RR.

Se nada for feito para resolver o problema, o responsável antecipa um cenário que classifica como “catastrófico” para muitos milhares de utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS), ainda por cima com a aproximação do inverno.

“Não podemos esquecer que nos próximos meses vai haver um aumento da afluência à urgência por causa das infeções respiratórias. Estamos a ver que mais de 25 hospitais vão ter ruturas durante o mês de outubro, em várias áreas na resposta urgente, como medicina interna, cirurgia ou pediatria”, alerta o bastonário.

“Ao dia de hoje, a informação que nos chegou é que hospitais como Santarém, Guarda, Chaves, Barcelos, Viana do Castelo, não vão conseguir dar resposta e, nas próximas semanas, vai haver cada vez mais médicos a apresentar a sua recusa em trabalhar de uma forma completamente insegura”, sublinha.

Serviços fechados ou condicionados em vários hospitais

Segundo a RTP, a partir desta segunda-feira e durante toda a semana, o serviço de urgência pediátrica do Hospital de Chaves permanece encerrado. Só voltará a funcionar no dia 9 de outubro. Durante este período, a alternativa é a urgência de Vila Real, a 70 quilómetros de distância.

Em Barcelos, está encerrada a urgência de cirurgia, contingência que deverá perdurar pelo mês de outubro.

Neste caso, os constrangimentos atingem igualmente a urgência de medicina interna, que, a partir do próximo dia 7, deixa de estar aberta aos fins de semana.

Também o Hospital das Caldas da Rainha apresenta constrangimentos em diferentes serviços: até às 8h00 desta segunda-feira estiveram fechadas ou condicionadas as urgências de ortopedia, cirurgia e pediatria.

A RTP apurou que estavam a ser recebidos apenas os doentes que chegassem ao hospital pelos próprios meios, com as ambulâncias a serem enviadas para os hospitais mais próximos.

Já no Hospital de Santarém apenas são realizadas as cirurgias que estiverem programadas. A unidade deixa de ter capacidade para responder a cirurgias adicionais e também não recebe doentes encaminhados pelo 112.

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