‘Fumo branco’ à vista? NATO sublinha que percurso da Ucrânia para adesão à Aliança é “irreversível”

O percurso da Ucrânia rumo à adesão à NATO foi descrito como “irreversível” num primeiro esboço do comunicado conjunto da aliança. Esta garantia tem sido um dos principais pontos de discussão entre os 32 membros da NATO antes da cimeira que começa esta semana em Washington.

A força da garantia a dar à Ucrânia tem sido amplamente debatida. Embora o esboço inicia, conforme revelaram três fontes à CNN Internacional, contenha a palavra “irreversível”, o texto final pode ainda sofrer alterações. A inclusão desta linguagem seria um sinal significativo para Kiev e Moscovo, especialmente num momento em que a guerra na Ucrânia continua sem fim à vista.

Uma das fontes, um funcionário dos EUA, disse que a Casa Branca apoia a utilização da palavra “irreversível” no comunicado final, desde que este também reafirme a necessidade de a Ucrânia continuar as suas reformas democráticas. “Esperamos que a versão final contenha essa linguagem”, afirmou o funcionário.

Enquanto muitos países europeus defendem uma linguagem forte sobre o futuro da Ucrânia na NATO, responsáveis americanos e alemães propuseram uma “ponte” para a adesão da Ucrânia à aliança. Esta abordagem inclui “medidas tangíveis” para apoiar a luta atual de Kiev contra a Rússia, conforme sublinhou um diplomata europeu.

Ruslan Stefanchuk, presidente do parlamento ucraniano, enfatizou que não se trata apenas de linguagem, mas de aproximar efetivamente a Ucrânia da NATO. Durante um evento na segunda-feira, Stefanchuk afirmou que o objetivo é criar passos concretos que levem à adesão.

Um alto funcionário da administração americana indicou que a aliança fará “anúncios significativos sobre o aumento do apoio militar, político e financeiro da NATO à Ucrânia” como parte da “ponte para a NATO”. Este apoio inclui a criação de um comando completo em Wiesbaden e o desenvolvimento de capacidades logísticas e de formação para as forças ucranianas.

Na segunda-feira, autoridades norte-americanas recusaram-se a discutir os detalhes específicos do comunicado conjunto antes do início da cimeira. No entanto, Michael Carpenter, conselheiro sénior para a Europa no Conselho de Segurança Nacional, afirmou que a declaração será “clara e vigorosa”, reconhecendo os esforços de reforma na Ucrânia e demonstrando o apoio dos aliados ao caminho do país para a NATO.

Carpenter acrescentou que os resultados que a NATO irá revelar para a Ucrânia são substanciais. “Estamos a falar da criação de um comando completo em Wiesbaden e da coordenação de várias áreas como formação, equipamento e logística”, explicou Carpenter. Este esforço visa colocar a Ucrânia numa posição de prontidão para assumir as suas responsabilidades na aliança.

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