Desde agosto de 2024, milhares de jovens até aos 35 anos têm beneficiado de medidas do Governo para facilitar a compra de habitação, incluindo a isenção de IMT e a garantia pública para crédito habitação. No entanto, estas ajudas não se aplicam a quem ultrapassou essa idade, deixando muitas famílias sem alternativas de apoio e obrigadas a recorrer exclusivamente a poupanças e financiamento bancário.
Segundo dados recentes do Ministério das Finanças, quase 26 mil jovens já usufruíram da isenção de IMT e Imposto de Selo. Além disso, mais de 6 mil pedidos de crédito habitação com garantia pública foram submetidos, permitindo financiamentos de até 100%.
Quem tem mais de 35 anos continua a enfrentar desafios financeiros significativos para adquirir habitação. Estas famílias têm de arcar com os impostos e despesas de aquisição sem benefícios fiscais alargados, além de cumprirem as regras impostas pelo Banco de Portugal (BdP), que limitam o financiamento a 90% do valor da casa e impõem restrições à taxa de esforço e maturidade dos créditos.
Simulações realizadas pelo idealista/créditohabitação demonstram que um casal de 40 anos com rendimento médio e 20.000 euros em poupança pode adquirir uma casa de até 157 mil euros, recorrendo a financiamento de 90%, com uma prestação mensal de cerca de 560 euros. Já uma família com 40.000 euros poupados pode comprar uma casa de até 260 mil euros, mas poderá enfrentar dificuldades na aprovação do crédito se a prestação superar 35% dos rendimentos.
Se o financiamento for limitado a 80%, a capacidade de aquisição reduz-se significativamente. Com 20.000 euros de poupança, a casa máxima que se pode comprar desce para 91.000 euros. Para comprar uma casa de 200.000 euros, será necessário ter poupado pelo menos 50.000 euros. Em zonas urbanas mais caras, como Lisboa, Porto e Faro, o montante exigido é ainda maior, podendo ultrapassar 115.000 euros para uma habitação de 300 mil euros.
Especialistas alertam que as poupanças destinadas à entrada no crédito habitação não devem esgotar os recursos financeiros das famílias. É essencial manter uma “almofada financeira” para imprevistos e despesas adicionais, como mobiliário e eletrodomésticos.














