Extrema-direita ameaça desmembrar a coligação de Netanyahu se houver acordo com o Hamas

Itamar Ben-Gvir, do partido ‘Otsmá Yehudit’, ameaçou esta terça-feira desmembrar o Governo se houvesse qualquer tentativa de chegar a um acordo “imprudente” com o Hamas para recuperar os reféns detidos pelo Hamas

Francisco Laranjeira
Janeiro 30, 2024
16:11

A coligação de extrema-direita do Governo de Benjamin Netanyahu está em risco de se desmembrar: um parceiro político ameaçou esta terça-feira desmembrar o Governo se houvesse qualquer tentativa de chegar a um acordo “imprudente” com o Hamas para recuperar os reféns detidos pelo Hamas.

“Acordo imprudente = desmantelamento do Governo”, referiu Itamar Ben-Gvir, do partido ‘Otsmá Yehudit’ (‘Poder Judaico’) e atual ministro da Segurança Nacional do Governo formado em 2022, numa publicação na rede social ‘X’.

Recorde-se que o primeiro-ministro já reiterou o seu compromisso de destruir o Hamas, salientando que a pressão militar aumenta as hipóteses de recuperação dos 132 reféns. Apesar da intenção, algumas vozes, incluindo de dentro do Governo, têm lançado dúvidas sobre as perspetivas das missões de resgate e apelaram a um acordo sobre os reféns – entre eles Gadi Eisenkot, membro do gabinete de guerra de Netanyahu e antigo chefe militar, cujo filho e sobrinho morreram em combate em Gaza.

Benjamin Netanyahu pode, de acordo com informações da agência ‘Reuters’, optar por uma reorganização mais ampla do seu Governo para superar as pressões tanto da direita como da esquerda e equaciona mesmo convocar eleições antecipadas.

O ‘Poder Judaico’ tem seis dos 64 assentos que a coligação de direita religiosa de Netanyahu tinha no Parlamento de 120 deputados antes da guerra de Gaza. Desde então, o primeiro-ministro trouxe o partido centrista ‘Unidade Nacional’ de Eisenkot, com 12 cadeiras, para um gabinete de emergência.

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