Ex-deputado do Chega suspeito do roubo de malas levanta hipótese de perseguição política com recurso a Inteligência Artificial
Miguel Arruda garantiu que as provas-vídeo das autoridades terão sido feitas através de Inteligência Artificial (IA): em entrevista à ‘TVI’, o deputado açoriano – que passou a não-inscrito depois de se ter desfiliado do Chega – indicou ainda, sobre o facto de ter vendido roupa usada na plataforma ‘Vinted’, que tem dúvidas que o perfil “miguelarruda84” será dele, sublinhando que, a ter, servia para vender camisas próprias.
Recorde-se que Miguel Arruba é suspeito de furtar malas de viagem nos aeroportos de Lisboa e Ponta Delgada: no entanto, o deputado frisou que, quando foi apanhado em flagrante delito, estaria a cometer um “lapso” – no entanto, questionado sobre se roubou as malas, usou o segredo de Justiça para não dar explicações. Foi constituído arguido pelas autoridades.
“Está tudo em segredo de Justiça, não posso falar sobre essa questão. Já disse que foi um lapso. Até trânsito em julgado, eu estarei inocente. Estamos num Estado de direito. O tempo da caça às bruxas já acabou”, disse Miguel Arruda. “Não posso explicar porque está em segredo de Justiça. Estou inocente, isso posso dizer.”
As imagens de videovigilância que o mostram a furtar malas são explicadas pelo deputado ex-Chega. “Perante as novas tecnologias, até podem aparecer imagens de inteligência artificial a demonstrarem isso”, avançou. Sobre a conta na ‘Vinted’, explicou: “Não sei de que conta está a falar. Talvez (a possa ter criado), não sei. Tenho memória de ter criado uma conta para vender umas coisas, não sei se cheguei a vender. Acho que cheguei a comprar mais (do que vendi)”, apontou. “Não fazia negócios, se fazia era de umas camisas minhas da Primark ou lá o que é, porque depois eu emagreci, como devem ter visto nos últimos tempos.”
Miguel Arruba apontou que “mandava vir mercadoria de vários sites como, por exemplo, a Vinted, da AliExpress, da Shein, da Temu, que chega muito mais rapidamente ao continente”, que depois levava para os Açores. “É um facto que trazia malas minhas, são minha propriedade, e que as trouxe para o continente português vazias e que depois levava para os Açores com mercadoria que comprava cá ou mandava vir da Internet porque cá recebemos muito mais rapidamente.”
Por último, Miguel Arruba avançou a possibilidade de se tratar de perseguição política. “Com o desenvolvimento dos tempos e da maneira que me querem crucificar, já cheguei a pensar que isto tem conotações políticas, por andar a atacar certos e determinados interesses que estão instalados nesse país. Quando comecei a atacar esses interesses, fui logo atacado, fui logo silenciado.”
“Com certeza que irei encontrar uma justificação para isto, tudo dentro das conformidades, tudo dentro da lei. Sou uma pessoa que cumpre a lei, sempre cumpri durante toda a minha vida, em que fui militar inclusive. Não têm nada a apontar-me durante a minha vida toda até este preciso momento que estou a ser crucificado na comunicação social. Estão a fazer um julgamento em praça pública que eu não posso admitir”, concluiu.
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