Ensaio: Tesla Model Y Performance: criar tendências, melhorar o óbvio

Por Jorge Farromba

Ao dia de hoje temos a convicção que os elétricos vieram para ficar (lá vem o anúncio da Toyota em Portugal) e a Tesla surge na dianteira, pois criou um ecossistema próprio, onde através de várias patentes criou veículos que tornam a marca uma referência mundial, a exemplo da lovebrand Apple.

O Model Y que já ensaiámos na versão Long Range era já por si um automóvel distinto, competente e atraente.

O Y mantém a estética que a Tesla nos habituou. Existe quem critique a marca pela pouca ousadia no desenho exterior mas é um facto que a mesma atrai e possui imensos seguidores. O Y é, na realidade um Model 3 mais elevado mas embrulhado no conceito SUV.

A qualidade de construção e dos materiais do Tesla evoluiu imenso. Mas o que mais sobressai no Tesla, na minha opinião, é a usabilidade e ‘user-experience’ do modelo.

O Tesla é daqueles automóveis que assim que abrimos as portas nos “sentimos em casa”. O desenho minimalista do interior é, numa apreciação pessoal, uma mais-valia deste automóvel. Simplesmente não precisamos de chave para arrancar com o Y, nem para o abrir nem para o fechar. Sentado nos bancos que nos acolhem e que são confortáveis (podiam ser mais compridos ao nível das pernas) só têm à sua frente um volante com a medida correta (diâmetro e espessura) e… com dois botões. Gostava de ter aqui um Head-up Display.

Esta maximização do minimalismo é, nesta minha abordagem, mais que suficiente. O ecrã central de 15 polegadas congrega todas as funções do Y, desde o simples botão para abrir o tablier, até ao botão para transfigurar a resposta do motor do Y ou da sua direção. Tudo é configurado neste êcra, de um modo simples, prático e intuitivo. Como adoro minimalismo e simplicidade, o Y cola-se à minha pele. Até mesmo no desenho do tablier – um só traço que o define, debruado com uma aplicação a imitar madeira. O amplo espaço interior é também uma das imagens de marca do Y.

Neste Y, o Performance, nota-se uma melhor insonorização (vidros duplos laterais à frente e atrás), um comportamento dinâmico mais reativo face ao Long Range, uma suspensão mais “estável” e mais competente face ao LR.

Traz também já a cortina para a bagageira mas devia possuir uma cortina para o tecto panorâmico – o vidro aquece imenso.

Nesta versão 2022, com as JLL e os puxadores pretos o Y ganha ainda mais distinção.

O Model Y Performance chega então ao consumidor com o seguinte equipamento:

• interior premium
• Bancos dianteiros com ajuste elétrico
• Bancos dianteiros e traseiros com aquecimento
• Bancos da 2ª fila totalmente rebatíveis
• Áudio Premium – 13 altifalantes, 1 subwoofer, 2 amplificadores e som envolvente
• Premium Connectivity (30 dias incluídos)
• Luzes de nevoeiro LED
• Tejadilho panorâmico em vidro escurecido com proteção contra raios ultravioletas e infravermelhos
• Espelhos laterais rebatíveis eletricamente, aquecidos
• Música e multimédia via Bluetooth®
• Perfis de condutor personalizados
• Sistema de filtragem de ar HEPA
• Consola central com armazenamento, 4 portas USB e suporte para 2 smartphones

E, em estrada?

Bom, o Tesla mantém aquela que é uma das características da marca – competente, previsível e assombrosamente rápido. Fruto da tração às 4 rodas, em curva funciona como se estivesse sobre carris, mas também pela potência que emana e fruto da velocidade com que por vezes entramos em curva e por causa da leis da física, damos por nós a exagerar nessa abordagem, assustando-nos por vezes.

Em nenhum momento sentimos no Y a angústia da autonomia, pois a mesma dá para mais de 300km, temos à nossa disposição todos os carregadores elétricos do país mas, sobretudo os superchargers que, em 25 minutos nos dão carga para mais viagens. E, enquanto esperamos somos brindados com o ecossistema Tesla – desde filmes, jogos, ou passatempos – sempre disponíveis no enorme ecrã.

Com 480cv e poder dos 0-100 km/h arrancar em 3,7 segundos com “Rollout” subtraído, 514km autonomia em ciclo WLTP, velocidade limitada a 250km/h, o Tesla continua o seu percurso rumo à conquista de mais mercado.

O Tesla congrega vários fatores que a tornam uma lovebrand. Uma aposta num desenho clássico, um software robusto, a usabilidade e ‘user-experience’ em plano elevado, alguma inovação (por exemplo no ecrã central), a fiabilidade dos vários sistemas que podem ser sempre corrigidos, uma proximidade às necessidades e pedidos dos clientes imensa.

O preço para tudo isto: 71.000€.

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