Ensaio. Jeep Avenger : respeitar a história da marca, a identidade, o propósito… mas em modo elétrico

O grupo Stellantis soube criar soube criar com sucesso um aglomerado de marcas ao seu redor que trabalham diferentes segmentos de mercado, para públicos distintos, com posicionamentos diferentes.

Este modelo tem óbvias vantagens em termos de inovação e desenvolvimento, escalabilidade,  redução de custos, oferta de produto e serviço ao cliente, entre outros. 

O Jeep Avenger é um desses bons exemplos,  de uma marca que sempre associámos à evasão e ao todo-o-terreno. Utilizando a plataforma CMP, a mesma que serve os insuspeitos Fiat e Opel, a Jeep tem “unicamente” de colocar o seu ADN para oferecer ao cliente a proposta de valor que ele pretende. E esse ADN não é fácil de obter. Importa manter a história da marca, a identidade, o propósito. 

Partindo então da base desta plataforma, o Avenger de ensaio possui um motor elétrico com 156cv (mais do que suficientes) que lhe permite uma autonomia WLTP até 400 quilómetros que, em utilização real, com ar condicionado ligado, e sem grandes preocupações nas médias de velocidade, atinge os 300 km.

Existe muitas vezes a fobia ou ansiedade das autonomias mas Portugal conta já com uma extensa oferta de carregadores, não só nas autoestradas mas também em muitas superfícies comerciais (uma delas alemã, que aposta fortemente em ter em cada superfície comercial um posto de carregamento); por outro lado, Portugal não é assim tão grande (218 km de largura, 561 km de comprimento), donde o stress da autonomia deixa de ser tema. 

Vai haver um tempo, em que vamos sim, ter de abordar a disparidade de preços praticada em cada posto de carregamento, mas esse vai ser um tema que o próprio mercado se vai encarregar de resolver. 

Voltando ao modelo de ensaio percebemos que a base é suficientemente consolidada e testada para ser usada e a marca quis, e bem, também criar as condições para o levar para o “próximo nível” – o fora de estrada. 

A marca, como muitas outras, foi buscar a base de trabalho do passado, e trouxe esse mesmo desenho para os dias de hoje. Exteriormente, é  apelativo – e jovem – como todos os Jeep sempre foram, com a sua grelha vertical icónica (agora fechada) e uma assinatura luminosa horizontal, mas de belo efeito visual.  A traseira possui assinatura luminosa que se distingue pelos dois grupos óticos quadrados. 

Já no interior, este SUV possui espaço suficiente para 4 ou 5 adultos, uma boa posição de condução e, fruto das sinergias no grupo, encontramos aqui muitos elementos partilhados, desde a alavanca da caixa de velocidades colocada na consola central, ao ecrã de infotainment, ao painel de instrumentos, apoio de braços… .

Mas as vantagens de pertencer a um grupo como a Stellantis é permitir que cada marca tenha a liberdade de adaptar o seu modelo às características do seu público alvo, por exemplo, em termos de identidade visual do painel de instrumentos mas também da dinâmica de cada modelo. Um olhar mais atento, leva-nos a percorrer os vários modos de condução que, para além do modo  – Eco, normal e Sport, a Jeep adicionou lama e neve, argumentos muito interessantes para a polivalência deste modelo. 

Tal como os restantes modelos que utilizam esta plataforma, a mesma oferece uma boa base de trabalho, sendo que, posteriormente a Jeep, criou afinações distintas e parametrizações da suspensão para o seu modelo, que se refletem num produto confortável em qualquer piso, e suficientemente dinâmico quando circulamos em estrada, com várias curvas e várias transferências de massa, onde o trabalho de bastidores da equipa de engenharia, o tornou ágil e competente. 

Também é correto afirmar que este não é o modelo ideal para o todo o terreno puro, pois os pneus são  de estrada, não existem redutoras, nem  bloqueio do diferencial, mas serve na perfeição para todos os que procuram evasão, caminhos alternativos, e alguns momentos de diversão que a marca proporciona, fruto do modo como o software de gestão do motor consegue resolver os vários cenários nestes pisos. 

E, ao dia de hoje, seja no setor automóvel, seja no setor industrial, na hotelaria e até mesmo na informática, utilizamos ao máximo as sinergias de um grupo ao qual pertencemos, mas preservando aquilo que nos diferencia enquanto marca – a nossa identidade, o nosso propósito, a nossa proposta de valor. E, a Jeep consegue isso, ao oferecer ao mercado um produto competente, confortável e com um bom comportamento direcionado para um público alvo que é cada vez mais exigente informado e que procura uma oferta personalizada.

Preço 38 000€

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