E se recebesse um subsídio de 1.920 euros para morar numa casa com 100 metros quadrados?

O mercado imobiliário continua a fervilhar, com os preços a não registarem grandes abrandamentos, a escassa oferta, e juntando ainda a subida das taxas de juro para aumentar a pressão sobre os portugueses.

Executive Digest
Junho 29, 2025
13:30

O mercado imobiliário continua a fervilhar, com os preços a não registarem grandes abrandamentos. A escassa oferta, juntamente com a subida das taxas de juro, aumenta a pressão sobre os portugueses.

Em Portugal, o Governo implementou um conjunto de medidas de apoio à habitação, no âmbito do programa Mais Habitação, para contornar esta tempestade perfeita a que se assiste no setor imobiliário.

No entanto, há outros exemplos que, apesar de parecerem fantásticos para a carteira, podem ter um efeito “perverso”, como é o caso relatado pelo jornal alemão Handelsblatt, que dá conta que o Estado alemão, através dos centros de emprego, está a conceder subsídios de habitação com preços exagerados face à média do mercado.

Por exemplo, no caso de um habitante de Munique, quem procura emprego tem direito a um subsídio de habitação de 19,20 euros por metro quadrado. Ou seja, se viver numa casa com 100 metros quadrados recebe 1,920 euros.

Parece interessante, sim, mas este valor é acima da média das rendas na cidade de Munique, que se situa nos 12,80 euros.

Neste cenário, os senhorios aproveitam a onda do Governo alemão e aumentam as rendas das casas, o que cria uma espiral negativa no setor da habitação no país.

Ou seja, de acordo com o Instituto Pestel de Hannover, este subsídio aos cidadãos é, portanto, “mais suscetível de apoiar os proprietários”.

O estudo revela ainda que, a nível nacional, esta medida resulta num “pagamento indevido” de cerca de 700 milhões de euros por ano.

Segundo o mesmo documento, no total, os custos de alojamento, nesta modalidade, deverão ter excedido os 20 mil milhões de euros no ano passado.

Por outro lado, os gastos com habitação social por parte dos governos federal e estadual nos últimos anos foram inferiores a quatro mil milhões de euros por ano.

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