É oficial: Depois de oito descidas, BCE decide não mexer nas taxas de juro

Após oito descidas, o Banco Central Europeu (BCE) decidiu manter as taxas de juro inalteradas na reunião de política monetária de julho, mantendo-as nos valores mais baixos desde dezembro de 2022: taxa aplicada à facilidade permanente de depósitos diminui para 2,00%; taxa de juro das principais operações de refinanciamento desceu para 2,15%; e a taxa aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez cai para 2,4%.

André Manuel Mendes
Julho 24, 2025
13:15

Após oito descidas, o Banco Central Europeu (BCE) decidiu manter as taxas de juro inalteradas na reunião de política monetária de julho, mantendo-as nos valores mais baixos desde dezembro de 2022: taxa aplicada à facilidade permanente de depósitos diminui para 2,00%; taxa de juro das principais operações de refinanciamento desceu para 2,15%; e a taxa aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez cai para 2,4%.

“O Conselho do BCE decidiu hoje manter inalteradas as três principais taxas de juro do BCE… As taxas de juros da facilidade permanente de depósito, das operações principais de refinanciamento e da facilidade permanente de cedência de liquidez permanecerão inalteradas em 2,00%, 2,15% e 2,40%, respetivamente”, escreve o regulador europeu em comunicado.

“A inflação situa-se atualmente na meta de médio prazo de 2%. As informações divulgadas estão, em geral, em linha com a avaliação anterior do Conselho do BCE sobre as perspetivas de inflação”, acrescentam.

A economia europeia tem vindo a recuperar de forma consistente nos últimos meses, impulsionada por valorizações nos principais índices acionistas e por uma política monetária mais acomodatícia por parte do Banco Central Europeu (BCE). No entanto, os sinais mais recentes indicam que o caminho da retoma poderá ser menos linear do que o previsto.

O Conselho do BCE esclarece que está pronto para ajustar todos os seus instrumentos dentro do seu mandato, a fim de garantir que a inflação se estabilize na sua meta de 2% a médio prazo e preservar o bom funcionamento da transmissão da política monetária.

No que respeita ao Programa de compra de ativos (APP) e programa de compra de emergência pandêmica (PEPP), explicam que as carteiras estão a cair a um ritmo medido e previsível, já que o Eurosistema já não reinveste os principais pagamentos de títulos com vencimento.

 

O que esperar das próximas reuniões?

“Com a inflação controlada e muito próxima do objetivo dos 2%, e com as novas projeções do banco central apenas previstas para setembro, o BCE deverá adotar uma postura de espera, pelo menos até ao final do verão”, considera Ricardo Evangelista.

Com mais três decisões agendadas para 2025, após a de julho, é possível que o BCE volte a cortar as taxas de juro antes do final do ano, acredita o CEO da ActivTrades Europe.

“Os riscos associados a uma eventual escalada nas tensões comerciais e tarifárias incidem, no caso europeu — ao contrário dos Estados Unidos — mais sobre o crescimento económico do que sobre a inflação, numa dinâmica reforçada pelo fortalecimento do euro. Assim, espera-se que o BCE efetue pelo menos mais um corte durante 2025, sendo que não surpreenderia um corte de 0,25% já em setembro”, acrescenta.

Já os especialistas da Ebury preveem mais um corte do BCE, possivelmente no final de 2025, visão que é partilhada pelo analista da XTB – “Continua em cima da mesa a possibilidade de novo corte até ao final do ano, dependendo da evolução dos indicadores económicos”.

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