Dinamarca proíbe smartphones nas escolas: relatório do Governo recomenda que crianças com menos de 13 anos não tenham telemóveis

Governo local já informou que iria mudar a legislação existente para forçar todas as ‘folkeskole’ – escolas primárias e secundárias – a tornarem-se livres de telemóveis: ou seja, quase todas as crianças entre os 7 e 16/17 anos serão obrigadas por lei a não levar os seus telemóveis para a escola

Francisco Laranjeira
Fevereiro 25, 2025
18:42

A Dinamarca vai proibir telemóveis em escolas e clubes extracurriculares na sequência da recomendação de uma comissão governamental, que concluiu também que as crianças com menos de 13 anos não devem ter o seu próprio smartphone ou tablet.

O Governo local já informou que iria mudar a legislação existente para forçar todas as ‘folkeskole’ – escolas primárias e secundárias – a tornarem-se livres de telemóveis: ou seja, quase todas as crianças entre os 7 e 16/17 anos serão obrigadas por lei a não levar os seus telemóveis para a escola. O anúncio foi uma reviravolta do Governo, que se havia recusado até então a introduzir tal lei.

O relatório da comissão dinamarquesa de bem-estar levantou o alarme sobre a digitalização da vida de crianças e jovens e pediu um melhor equilíbrio entre a vida digital e analógica. Entre as suas 35 recomendações estava a necessidade de uma legislação governamental a proibir telemóveis em escolas e clubes após as aulas. “É necessário resgatar a escola como um espaço educacional, onde haja espaço para reflexão e onde ela não seja uma extensão do quarto dos adolescentes”, frisou o ministro da Infância e da Educação, Mattias Tesfaye, em declarações ao jornal ‘Politiken’.

Haverá espaço para as autoridades locais abrirem exceções, inclusive para crianças com necessidades educacionais especiais.

De acordo com a comissão, 94% dos jovens tinham um perfil num rede social antes de completar 13 anos – apesar de essa ser a idade mínima para muitas plataformas sociais – e que crianças com entre 9 e 14 anos passavam em média três horas diárias no ‘TikTok’ e no ‘YouTube’. “Isso aumenta o risco de crianças serem expostas a, entre outras coisas, culturas de comparação inapropriadas, pressão para estar disponível e conteúdo e recursos prejudiciais”, apontou a comissão. “Ao mesmo tempo, isso tira tempo e atenção de coisas essenciais na infância e juventude, como atividades de lazer, passar tempo fisicamente com amigos e familiares, brincar e mergulhar na leitura e outras atividades.”

Recorde-se que França, que proibiu alunos do ensino fundamental e médio de utilizar os seus telemóveis nas escola em 2018, vem a testar uma “pausa digital” para crianças com até 15 anos, na qual elas entregam os seus smartphones à chegada. Também a Noruega anunciou recentemente um limite mínimo de idade de 15 anos nas redes sociais para proteger crianças dos gigantes tecnológicos.

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