Desertores norte-coreanos querem ajudar Ucrânia a lutar contra Putin
Quase 200 desertores norte-coreanos estão dispostos a se juntar à luta da Ucrânia contra a Rússia: a informação foi avançada pela publicação ‘South China Morning Post’, lembrando que as tropas de Pyongyang se aproximam das linhas da frente no sul da Rússia.
“Somos todos veteranos militares que entendem a cultura militar e o estado psicológico da Coreia do Norte melhor do que ninguém”, disse um desertor norte-coreano, Ahn Chan-il, de 69 anos, ao jornal. O grupo de desertores tem vários anos de experiência militar: recorde-se que o regime norte-coreano tem serviço militar obrigatório, que pode durar cerca de uma década para os homens, e tem um exército que supera um milhão de soldados.
De acordo com os serviços de inteligência ucraniana e sul-coreana, nas últimas semanas a Coreia do Norte enviou entre 10 e 12 mil soldados para a Rússia para reforçar o esforço de guerra de Moscovo contra Kiev. Já o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky indicou que havia informado ao presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol que 3 mil combatentes norte-coreanos estavam em “campos de treino russos nas imediações da zona de guerra”.
As autoridades ocidentais e sul-coreanas condenaram amplamente a medida, descrevendo a transferência das forças para a Rússia como uma escalada perigosa e preocupante da guerra na Ucrânia, que começou em 24 de fevereiro de 2022.
Uma linha direta apoiada pelo Governo ucraniano, criada para soldados russos que desejam render-se como prisioneiros de guerra, publicou um apelo na semana passada para que os soldados norte-coreanos “não morram sem sentido em solo estrangeiro”.
Lee Min-bok, também desertor, teria pedido a Kiev permissão para ajudar a resgatar soldados norte-coreanos. “Estamos prontos para ir a qualquer lugar que seja necessário para trabalhar como agentes de guerra psicológica — por meio de transmissões em alto-falantes, distribuição de folhetos e até mesmo atuando como intérpretes”, concluiu Ahn.