Blindagem melhorada, realidade virtual e bolha invisível de proteção: conheça o Merkava, o ‘punho de ferro’ das tropas israelitas em Gaza

O Merkava é, para muitos especialistas militares, o melhor tanque de guerra do mundo em toda as suas virtudes guerreiras, talvez até melhor do que o MI Abrams dos Estados Unidos. Pertence ao pequeno e poderoso grupo de veículo com um peso entre 55 e 65 toneladas, onde se integram o Abrams, o Leopard alemão, o Challenger britânico e o Leclerc francês. Os tanques russos mais modernos, o T-90M e o T-14 Armata, são um pouco mais leves, embora a versão mais recente do Armata chegue às 55 toneladas.

Em hebraico, garantiu o jornal espanhol ‘El Mundo’, Merkava significa carruagem. Era um nome provisório e genérico para iniciar os trabalhos de projeto de um tanque que depois receberia uma identificação específica – no entanto, o nome nunca foi alterado e manteve a famosa denominação de origem. Os Merkava, um verdadeiro punho de ferro das tropas terrestres de Israel, foram uma linhagem de combate que nasceu na década de 1980, com os Merkava Mk I, já desativados, que tiveram o batismo de fogo em junho de 1982, na Operação Paz na Galileia, dentro do Líbano.

Seguiram-se o Mk II e Mk III, já rendidos pelo Mk IV, que chegou aos arsenais israelitas no início do século e tem agora uma versão melhorada: o Mk IV Barak, uma máquina totalmente nova que entrou ao serviço em setembro último e que se converteu na seleta ‘ponta de lança’ das forças blindadas de Telavive.

É um produto fabricado em Israel e uma das maiores demonstrações do elevado grau de desenvolvimento alcançado pela indústria armamentista nacional de Israel, que depende da sua superioridade militar para sobreviver como povo e como nação.

O Mk IV Barak aprendeu as lições das versões anteriores – o Mk IV e o Mk IV Windbreaker. O primeiro, no Líbano, em 2006, e o segundo, em Gaza, contra o Hamas (2014), não se mostraram totalmente imunes aos mísseis 9M133 Kornet, de fabrico russo. Foi por isso reforçado com uma liga de cerâmica, aço e níquel na sua blindagem externa, tendo a blindagem inferior ficado mais forte contra minas e artefactos explosivos.

Foi também desenvolvido o sistema Trophy, de proteção ativa – uma espécie de bolha invisível que através de ondas de choque cria uma barreira intercetora de projéteis antitanque. O Trophy foi criado por duas empresas israelitas em mais um exemplo das capacidades de ponta da indústria de defesa israelita.

Cada plataforma de combate é a combinação mais compacta de capacidades defensivas e de ataque. Os sistemas estão focados em reduzir ao mínimo os danos sofridos e maximizar os estragos. A nova variante do seu canhão de 120 milímetros permite ao Barak disparar o míssil Lahat, dispositivo desenvolvido pela IMI (‘Israel Military Industrie’) e IAI (‘Israel Aerospace Industries’).

O Lahat com mira a laser permite que o tanque atinja alvos terrestres, incluindo helicópteros em voo baixo, fora do raio do cano com munição normal. O Barak conta ainda com uma metralhadora 12,7 mm, a clássica e universal Browning, e duas metralhadoras 7,62 mm.

Se para qualquer exército a salvaguarda dos soldados é essencial, para um país tão pequeno e escassamente povoado como Israel (pouco mais de 9 milhões de habitantes), cada vida uniformizada é especialmente valiosa. No cubículo do Mk IV, com capacidade de proteção contra ataques NBC (nucleares, bacteriológicos e químicos), os tripulantes (comandante do tanque, motorista, artilheiro e carregador) ficam protegidos dos frequentes ataques frontais do motor, recém-instalado na frente do veículo. Situam-se assim atrás de uma espécie de parapeito interior.

Estão também equipados com capacetes com tecnologia de realidade virtual interativa que facilita a visão 360º, auxilia na condução e condução do tanque e permite uma maior manobrabilidade em áreas urbanas – a tecnologia reduz a carga de trabalho da tripulação e acelera a deteção, fixação e destruição do alvo.

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