Avó de Mariana Mortágua paga 400 euros de renda a uma IPSS em avenida emblemática de Lisboa

Foi uma das maiores polémicas dos debates eleitorais: a candidata do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, deu o exemplo da avó durante um debate com Luís Montenegro como tendo sido uma vítima da atualização da lei das rendas durante o Governo de Pedro Passos Coelho.

“Lembro-me de uma lei das rendas, em que as pessoas idosas recebiam uma carta, e, se não respondessem durante 30 dias, a renda aumentava para qualquer valor e podiam ser expulsas. Eu vi idosos a serem expulsos, eu conheço o pânico que era receber uma carta do senhorio. Eu vi o sobressalto da minha avó ao receber cartas do senhorio, porque não sabia o que é que lhe ia acontecer, e essa foi uma responsabilidade do PSD, que esvaziou as cidades”, apontou, durante o debate.

No entanto, segundo revelou a revista ‘Sábado’ esta quinta-feira, a avó da coordenadora do BE tem um apartamento arrendado há décadas numa das avenidas mais emblemáticas da cidade de Lisboa, mais concretamente na Av. Roma, pelo qual paga 400 euros por mês a uma IPSS (Instituições Particulares de Solidariedade Social).

A IPSS em questão é a Fundação Octávio Maria de Oliveira. Segundo a revista semanal, “as cartas foram sempre as normais, com os pedidos de atualização legal de acordo com o coeficiente previsto na lei, mas coisas ínfimas… 1%, esse tipo de valores. Nunca houve cartas que pudessem assustar alguém”, revelou fonte próxima do processo, que assegurou que “as rendas antigas que chegam a valores mais altos rondam os 400 e poucos euros”.

A avó de Mariana Mortágua tinha 78 anos, logo uma idade acima do limite do despejo, na altura em que foi alterada a lei das rendas ((o Novo Regime do Arrendamento Urbano – NRAU), conhecida como a ‘lei Cristas’, que apenas permitia o despejo de pessoas até aos 65 anos.

A coordenadora do Bloco de Esquerda, mais tarde, no debate frente a Rui Tavares (Livre), não quis desenvolver o assunto – “não faz muito sentido discutir as questões particulares”, frisou – e frente a André Ventura (Chega) assegurou que não mentia e que a avó “tinha 80 anos quando ficou a saber que aos 85 a renda podia saltar”.

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