Apartamento de 7,1 milhões de dólares de José Veiga no coração de Nova Iorque é confiscado pelas autoridades americanas

As autoridades americanas apreenderam um T2, no 32º piso da Trump International Hotel & Tower (Nova Iorque), que pertencia ao antigo empresário de futebol e ex-diretor do Benfica, José Veiga, que comprou o apartamento de 164 metros quadrados no coração de Manhattan por 7,1 milhões de dólares em 2014.

De acordo com os procuradores, o motivo para esta apreensão prende-se com a convicção de que o T2 pertence, na realidade, a Claudia Sassou Nguesso, filha do presidente do Congo, e que terá sido comprado por Veiga como contrapartida de contratos públicos milionários atribuídos por Brazzaville à Asperbras, grupo de construção brasileiro para o qual trabalhava o empresário português, indica a edição desta sexta-feira do jornal ‘Expresso’.

Em causa está uma ação civil, o que, à luz da lei americana, as pessoas envolvidas não precisam de ser condenadas por um crime para que o imóvel seja perdido a favor do Estado – basta para isso o Ministério Público provar em tribunal que a casa está ligada a uma atividade ilegal.

A compra da casa foi revelada pelo jornal ‘Expresso’ em outubro de 2017, assim como o seu papel como testa de ferro neste negócio imobiliário. Formalmente, José Veiga é o proprietário do imóvel – a 14 de maio último, em tribunal, os seus advogados apresentaram a escritura do apartamento, assim como os registos da empresa controlada pelo português que foi utilizada para comprar o T2 em 2014, a ‘Ecree LLC’. A juíza do caso deu até ao final de agosto para as partes terminarem os seus argumentos antes de o caso seguir para julgamento.

O T2 não tem sido usado, mas Veiga tem pago o condomínio: 247 mil dólares só entre 2018 e 2022: só entre 2018 e 2020 foram pagos 112 mil dólares por uma empresa sua no Canadá, e entre 2020 e 2022 houve mais 135 mil dólares pagos através de contas controladas pela mulher do intermediário português.

Em Portugal, continua em aberto um inquérito-crime sobre este esquema de corrupção internacional no Congo, batizado como ‘Rota do Atlântico’. Em junho, a Justiça portuguesa pôs à venda em leilão vários ativos apreendidos no processo, incluindo uma moradia de luxo na Quinta da Marinha avaliada em 8 milhões de euros.

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