Alunos estrangeiros fazem crescer inscrições nas escolas públicas: é preciso reforço de professores, alertam responsáveis
No ano letivo 2023/24 estão inscritas nas salas de Pré-Escolar 72.240 crianças: já no primeiro o estarão 75.829 estudantes, o que constituem números recorde desde 2021 nas escolas públicas. De acordo com o ‘Jornal de Notícias’, o número de inscrições está a aumentar, pelo menos, há três anos consecutivos no Ensino Básico, sendo que a maior subida registou-se no 7º ano, que passou de 69.970 em 2021/2022 para 78.315 este ano, um aumento de 10,65%.
Em comparação com há três anos, vão entrar nas escolas públicas pelo menos mais 21.208 alunos (9,3%), embora os dados sejam ainda provisórios. O aumento deve-se à entrada de alunos estrangeiros, realçaram o presidente da Associação de Dirigentes Escolares (ANDE), Manuel Pereira, e Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores (ANDAEP). “Admito que alguns alunos possam vir do ensino privado mas o principal fator são os alunos estrangeiros”, explicou este responsável.
Segundo Manuel Pereira, o próximo ano letivo deverá ter mais mil turmas do que no ano anterior, o que constitui “um grande desafio”. “Vão ser precisos mais professores e as escolas têm cada vez menos recursos. Este ano, voltam a aposentar-se mais de quatro mil docentes”, indicou.
A presença de mais alunos estrangeiros vai obrigar a um maior apoio, nomeadamente de professores de Educação Especial e para Português Língua Não Materna. “É mais uma preocupação. É que, sendo a maioria do Brasil, recebemos cada vez mais alunos do Nepal, Índia, Paquistão ou China e muitos não falam inglês ou francês, tornando a comunicação muito difícil. Mesmo os brasileiros precisam de apoio”, referiu.