Alemanha implementa novos controlos na fronteira: há outros sete países no Espaço Schengen com iguais medidas em vigor

A Alemanha anunciou, esta segunda-feira, que pretende implementar novos controlos nas fronteiras durante os próximos seis meses para travar o afluxo de imigrantes ilegais. A União Europeia já avisou Berlim, garantindo tratar-se de uma medida usada “só como em último recurso”.

No fundo, o movimento de pessoas e bens para a Alemanha está agora sujeito a controlos, o que normalmente não acontece entre os países do Espaço Schengen:  o espaço inclui todos os Estados-membros da UE, exceto a Irlanda e Chipre, e ainda a Islândia, o Liechtenstein, a Noruega e a Suíça. Apesar do anúncio de controlos mais rigorosos, a Alemanha não é o único país do espaço Schengen que reforçou recentemente a segurança nas fronteiras – há pelo menos, recordou o site ‘Euronews’, sete países que reintroduziram os controlos fronteiriços temporários.

Áustria

Viena reintroduziu os controlos na fronteira com a Rep. Checa até 15 de outubro e com a Eslovénia e a Hungria até 11 de novembro. A decisão foi tomada para travar a migração irregular e aliviar a pressão sobre o sistema de asilo, bem como travar ameaças terroristas provenientes do Médio Oriente – em causa estão também atividades de espionagem devido ao conflito na Ucrânia, assim como fraudes cibernéticas.

Dinamarca

A Dinamarca tem a segurança reforçada nas suas fronteiras desde 12 de maio e até 11 de novembro, “com especial incidência na fronteira terrestre entre a Dinamarca e a Alemanha e nos portos dinamarqueses com ligações por ferry à Alemanha”, apontou o Governo, que destacou estar preocupado com a “ameaça terrorista relacionada com o conflito entre Israel e os grupos militantes em Gaza e as profanações do Alcorão em 2023, que criaram um foco renovado na Dinamarca como um alvo prioritário entre os grupos militantes islâmicos”.

França

Desde 1 de maio, a até 31 de outubro, os controlos de todas as fronteiras internas estão em vigor. Paris garantiu tratar-se de uma decisão motivada pela “constante pressão migratória nas fronteiras externas do espaço Schengen” e por um “aumento significativo das travessias irregulares, em especial a partir da Turquia e do Norte de África”, bem como pela “pressão sobre o sistema de acolhimento” e pela “intensificação da ameaça terrorista”. A realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, este verão, também foi um dos motivos apontados.

Itália

Devido à presidência italiana do G7 e ao risco de atividades terroristas “relacionadas com a turbulência no Médio Oriente e o possível risco de infiltração de terroristas nos fluxos de migração irregular”, Roma reforçou a segurança nas fronteiras até 18 de dezembro.

Noruega

Desde 12 de maio – e até 11 de novembro deste ano – a entrada no país está restrita em todos os portos com ligações ao Espaço Schengen. Oslo indicou que a principal razão foi o “aumento da ameaça a infraestruturas críticas, operações dos serviços secretos russos que ameaçam as exportações norueguesas de gás ou o apoio militar à Ucrânia”.

Eslovénia

Tem em vigor controlos na fronteira com a Croácia e a Hungria, introduzidas no final de junho devido ao Euro’2024 na Alemanha e os Jogos Olímpicos em Paris: as restrições vão permanecer em vigor até 21 de dezembro. Foi também apontado o “aumento da instabilidade no Médio Oriente, a agressão da Rússia na Ucrânia, o crime organizado e as ameaças terroristas em geral”.

Suécia

Por último, a Suécia, com controlos fronteiriços desde 12 de maio e até 11 de novembro: as autoridades suecas foram motivadas principalmente pelo ataque do Hamas a Israel e pela ofensiva israelita em Gaza, “que aumentaram as tensões na Suécia e noutros Estados-Membros, aumentando o risco de violência grave e de ataques motivados pelo antissemitismo, ameaçando gravemente a ordem pública e a segurança interna”.

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