A FNAM – Federação Nacional dos Médicos – lamentou, esta quarta-feira, a linha de atuação do Governo de Luís Montenegro, que “parece ter escolhido o caminho trilhado pelo seu antecessor, com políticas baseadas em medidas ineficazes e desestruturantes para o SNS e para os médicos, que implicam agravamento das condições de trabalho, sem vislumbre de soluções estruturais para o SNS”.
O Plano de Emergência para a Saúde (PES) que o Governo se comprometeu a desenvolver, em 60 dias, para salvar o SNS da crise anunciada, de acordo com a FNAM, “aplica a mesma receita que o anterior executivo, baseado em incentivos para a recuperação das listas de espera de cirurgia oncológica, atendimento de doentes urgentes, para a medicina geral e familiar, materno infantil e mental”.
“Optaram por medidas temporárias, vazias em soluções baseadas em incentivos incertos e insuficientes, que implicam o agravamento da deterioração das condições de trabalho, que vão intensificar desigualdades e acentuar a desestruturação das equipas”, acusa a FNAM, salientando que o “Governo convida os médicos do SNS a mais trabalho extraordinário e à precariedade, estimulando a prestação de serviço e trabalho a recibos verdes”.
Em comunicado, a FNAM salienta que o “investimento no SNS e nos seus recursos humanos tem de incluir o pagamento de salários justos a todos os médicos e a criação de condições de trabalho atrativas. Caso contrário, a fuga de médicos especialistas dos quadros do SNS para o privado e para o estrangeiro vai continuar, deixando o SNS depauperado dos médicos que formou”, lembrando que se exigem “respostas estruturais para um SNS em primeiro lugar, público, acessível e de qualidade para toda a população. É emergente uma negociação que inclua soluções para a valorização da profissão médica”.













