Lisboa continua líder na procura de crédito à habitação, mas Setúbal ganha terreno

Segundo o mais recente relatório de crédito habitação do ComparaJá, Lisboa continua a concentrar a maior fatia da procura, 35,8% das simulações, mas registou uma queda mensal de 2,9 pontos percentuais

Executive Digest com ComparaJá.pt
Dezembro 13, 2025
9:15

Em novembro, o distrito de Lisboa manteve-se como o mais procurado para crédito à habitação, com 35,8% das simulações, mas perdeu quase três pontos face a outubro. Setúbal foi o destaque do mês, impulsionado por preços mais acessíveis e boa ligação à capital.

O mapa do crédito à habitação em Portugal está a mudar. Segundo o mais recente relatório de crédito habitação do ComparaJá, Lisboa continua a concentrar a maior fatia da procura, 35,8% das simulações, mas registou uma queda mensal de 2,9 pontos percentuais. O Porto seguiu a mesma tendência, descendo para 16,6%. Em sentido contrário, Setúbal destacou-se como o único distrito com uma subida expressiva, passando de 13,5% em outubro para 15,2% em novembro.

Esta evolução reflete um movimento que vem ganhando força ao longo do ano: a procura por alternativas fora dos grandes centros urbanos. Com preços mais baixos e infraestrutura em crescimento, Setúbal está a tornar-se uma opção cada vez mais atrativa para quem trabalha na Área Metropolitana de Lisboa.

Braga e Santarém também mantiveram trajetórias de crescimento quando comparadas ao ano anterior, com +1,7 p.p. e +1,1 p.p., respetivamente, sinais de uma descentralização gradual da procura de crédito em direção a zonas onde o custo por metro quadrado ainda é mais competitivo.

Embora não figure entre os distritos com maior peso na tabela principal, que destaca Lisboa (35,8%), Porto (16,6%), Setúbal (15,2%), Braga (6,6%) e Santarém (6,0%), o Algarve (distritos de Faro e arredores) mantém uma presença moderada no mercado, com níveis de procura abaixo dos 5%. Este peso reduzido reflete o carácter mais sazonal e turístico do mercado algarvio, ainda fortemente direcionado para investimento e segunda habitação, mais do que para residência permanente.

Pedro Castro, Head of Operations no ComparaJá, destaca que “Lisboa continua a ser o termómetro do mercado, mas a pressão dos preços está a empurrar famílias para zonas periféricas” e acrescenta ainda que “Setúbal e a margem sul assumem um papel cada vez mais relevante, sobretudo entre jovens compradores que procuram condições mais acessíveis e maior qualidade de vida”.

A tendência evidencia um novo mapa habitacional: o crédito está a seguir o movimento da população e das oportunidades de emprego, expandindo-se para áreas com bom acesso rodoviário e ferroviário, ao mesmo tempo que continua a reforçar a desigualdade geográfica no custo da habitação.

Em resumo, novembro confirma que Lisboa ainda lidera, mas já não domina sozinha. A região do Algarve, embora fora do topo nacional, continua a atrair perfis específicos de compradores, sobretudo investidores e estrangeiros, num mercado imobiliário que se diversifica geograficamente a cada mês.

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