A incerteza no ambiente económico continua a ser o principal obstáculo para o tecido empresarial português. Segundo o mais recente Estudo de Gestão de Risco de Crédito em Portugal, promovido pela Crédito y Caución e pela Iberinform, 40% das empresas identificam a instabilidade macroeconómica como o maior desafio nas suas operações diárias.
A redução das margens comerciais surge logo a seguir, apontada por 37% das empresas, seguida do aumento dos custos laborais (35%), da dificuldade em captar novos clientes (33%), da intensificação da concorrência (28%) e dos encargos burocráticos e regulamentares (27%).

O estudo revela ainda sinais de pressão sobre a liquidez das empresas: 18% afirmam estar preocupadas com o impacto dos atrasos nos pagamentos e 15% dizem enfrentar dificuldades em obter financiamento. Já 14% destacam a incerteza tarifária e as tensões geopolíticas como um dos principais fatores de risco.

A guerra comercial está a deixar marcas mais visíveis. Um quarto das empresas portuguesas (27%) afirma estar já a sentir o impacto direto das tarifas e das tensões internacionais, sobretudo no aumento do custo dos produtos e na compressão das margens, que afeta 12% do universo empresarial. Há ainda 2% que dizem estar a procurar novos parceiros comerciais para mitigar o efeito das tarifas.
O estudo conclui que, num cenário global cada vez mais volátil, as empresas portuguesas enfrentam simultaneamente pressões externas — como a incerteza geopolítica e os custos tarifários — e desafios internos, como a redução de margens, custos elevados e dificuldades de financiamento.














