Falta de professores vai agravar-se em 2026: Mais 300 vão reformar-se já em janeiro

O início de 2026 vai trazer a aposentação de mais de três centenas de professores, principalmente do ensino básico e secundário.

Pedro Gonçalves
Dezembro 12, 2025
12:51

O início de 2026 vai trazer a aposentação de mais de três centenas de professores, principalmente do ensino básico e secundário. De acordo com as listas de aposentados da Caixa Geral de Aposentações, em Janeiro vão sair da carreira 42 educadores de infância e 261 docentes do ensino básico e secundário, um número ligeiramente inferior às cerca de 370 aposentadorias registadas no mesmo mês de 2025.

Em 2025, o total de docentes que se reformaram ultrapassou as 3.600, tornando-se o segundo ano com mais saídas para a reforma na última década, apenas atrás de 2013, quando se aposentaram 4.600 professores. Apenas em Dezembro, estima-se que cerca de 400 docentes deixem o ativo. Estes números referem-se exclusivamente a professores e educadores vinculados ao Ministério da Educação, Inovação e Ciência, não incluindo os do ensino superior, instituições privadas ou regiões autónomas.

O estudo de Diagnóstico de Necessidades Docentes 2025-2034 aponta para desafios significativos nos próximos anos: até 2029/2030 serão necessários 20 mil novos professores, e até 2034/2035, cerca de 38 mil, o que implica recrutar cerca de 3.800 docentes por ano. As maiores carências estarão no 3.º ciclo e no ensino secundário, com necessidades expressivas em disciplinas como Português (3.639 professores), Matemática (2.322) e Física e Química (1.866), mesmo num cenário de diminuição de alunos de aproximadamente 5%.

Atualmente, dos cerca de 122 mil professores que lecionavam em 2024/25, apenas 76 mil deverão permanecer ativos até 2034/35, alertando para que “mais de um terço dos docentes vai sair do sistema de ensino em dez anos. É um número enorme”, sublinha Luís Catela Nunes, coordenador do estudo e investigador do Centro de Economia da Educação da Nova SBE. Para reduzir o impacto destas aposentadorias, o Governo implementou um suplemento remuneratório de 750 euros mensais, destinado a docentes que optem por prolongar a carreira. No ano letivo anterior, 1.496 docentes beneficiaram da medida, ultrapassando a meta prevista de mil.

Para 2026, o ministro da Educação, Fernando Alexandre, indicou que quase mil professores já adiaram a reforma. O Orçamento do Estado para a Educação reserva 24 milhões de euros para este suplemento, considerado uma ferramenta eficaz para minimizar a falta de docentes e garantir a continuidade das aulas, no âmbito das 17 medidas implementadas para reduzir períodos prolongados sem aulas.

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