“Exigem que se viva com medo de um Armagedom que se aproxima”: Orbán pede menos pânico climático e mais bebés

Viktor Orbán, primeiro-ministro húngaro, participou na Cimeira Demográfica de Budapeste

Francisco Laranjeira
Setembro 15, 2023
12:26

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, acusou esta sexta-feira os líderes europeus de fomentar o medo com as ameaças das alterações climáticas em detrimento do ignorar o problema da queda das taxas de natalidade. “A Europa age com medo e o medo torna-nos derrotistas”, sublinhou o líder político. “Dizemos que não há futuro e, como tal, isto está a tornar-se uma profecia autorrealizável.”

A Hungria é um dos vários países da Europa Central e Oriental que tenta inverter a queda das taxas de natalidade: atualmente, todos os países da União Europeia têm menos do que os 2,1 filhos por mulher necessários para manter a população estável sem migração. O envelhecimento da população levanta questões que prometem marcar o futuro: como financiar o Estado providência face ao crescimento do número de idosos e a proporção de pessoas em idade ativa em diminuição.

No seu discurso na Cimeira Demográfica de Budapeste, conferência pró-família organizada pelo Governo húngaro, Orbán garantiu que as “elites ocidentais” ignoravam a questão da demografia e, em vez disso, estavam ocupadas com “quotas de carbono”. “Exigem que as pessoas vivam com medo de um Armagedom que se aproxima”, referiu.

O Governo de Orbán fez das taxas de natalidade uma prioridade política fundamental, investindo cerca de 5% do PIB do país em políticas de criação de família, como incentivos fiscais e empréstimos subsidiados para novas casas. A taxa de natalidade da Hungria já não é a mais baixa da UE, onde era há uma década, estando atualmente um pouco acima da média europeia.

Também Giorgia Meloni, primeira-ministra italiana, que participou na cimeira em Budapeste, elogiou o esforço húngaro e salientou que a mudança demográfica é um risco existencial para o seu país. “Na nossa opinião, a demografia não é apenas mais uma das principais questões da nossa nação. É a questão da qual depende o futuro da nossa nação”, atirou. “Precisamos de coragem para dizer que as projeções dos demógrafos para o futuro são muito preocupantes.”

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