A Câmara Municipal de Lisboa (CML) prevê um total de 529 milhões de euros (ME) para as cinco empresas municipais em 2026, com destaque para os 250,3 ME da Carris, segundo a proposta de orçamento, hoje apresentada.
De acordo com a proposta, divulgada pelo vice-presidente e responsável pelo setor financeiro da CML, Gonçalo Reis (PSD), a maior fatia dos 529 ME previstos para as empresas municipais concretizarem os respetivos planos de atividades e orçamento destinam-se às empresas na área da mobilidade: a Carris, com 250,3 ME, e a Empresa de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa – EMEL, com 68,3 ME.
A Lisboa SRU, empresa municipal de reabilitação urbana, tem previstos 96,3 ME e a Gebalis, empresa pública de gestão dos bairros municipais, 64,9 ME.
A proposta de orçamento para o próximo ano prevê para a EGEAC, empresa que gere os espaços culturais municipais, 49,3 ME.
Segundo o responsável, estes são “meios necessários para as empresas desenvolverem as suas atividades e investimentos nas áreas de reabilitação urbana, espaço público, habitação, mobilidade e cultura”.
De acordo com Gonçalo Reis, a nova administração da Carris, empresa que tem previstos ou em curso diversos projetos com reflexo no orçamento de 2026, vai ser formalizada nas próximas semanas.
“Vai ser formalizado nas próximas semanas. A atual administração está em funções até ao final de dezembro e, portanto, vamos encontrar uma solução de transição”, afirmou. Em outubro, o presidente da administração da transportadora demitiu-se, na sequência do acidente com o elevador da Glória, em setembro, com 16 mortos.
O autarca destacou ainda ser “perfeitamente previsível que haja alguns ajustes nas empresas municipais” e que “em breve haverá notícias” também em relação a colocações “totais e parciais” nas administrações das outras empresas geridas pelo município.
Do orçamento para a Carris, 35 ME serão para a renovação da frota, nomeadamente para 98 novos autocarros de energia verde.
Entre os planos previstos para a transportadora de Lisboa (autocarros, elétricos e elevadores) estão o arranque da fase de projeto para a reformulação do espaço da Carris em Santo Amaro, “que é um espaço histórico” e terá, entre outras, valências técnicas e zona de museu.
A Carris estima rever a rede na cidade até 2030, um plano “que está já em curso, já tem consultores externos e vai ter bastante impacto”. O arranque de projetos intermunicipais em corredores dedicados (o elétrico 16, de Lisboa a Loures, e o metrobus de Lisboa a Oeiras) também já tem impacto no orçamento do próximo ano.
A EMEl prevê um investimento de 5 ME em novas ciclovias e na expansão do sistema de bicicletas partilhadas Gira e 2 ME para um “’upgrade’ da fiscalização e do sistema semafórico”.
No âmbito da despesa direta da CML por área de atividade, para a mobilidade a proposta de orçamento reserva para 2026 um total de 76,7 ME, ligeiramente acima dos 76,5 ME estimados para 2025 (uma variação de apenas 0,3%).
Com a cultura, a CML indica uma despesa de 41 ME (+19,2% do que o que foi estimado para 2025), na área das Infraestruturas, Habitação e Património 296,7 ME (+6,9%) e no Urbanismo 26,3 ME (+136,9%).
O primeiro orçamento municipal do atual mandato (2025-2029) prevê 1.345 milhões de euros para 2026, ligeiramente inferior aos 1.359 milhões previstos para este ano.
Este é o primeiro orçamento municipal do atual mandato (2025-2029), proposto pela nova gestão PSD/CDS-PP/IL, sob presidência do reeleito Carlos Moedas (PSD), que continua a governar Lisboa sem maioria absoluta.
No anterior mandato (2021-2025), os quatro orçamentos da liderança PSD/CDS-PP (a IL não integrava o executivo municipal) foram aprovados devido à abstenção do PS, tendo a restante oposição – PCP, BE, Livre e Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre) – votado contra.
No orçamento municipal para este ano de 2025, a câmara estimou uma despesa de 1.359 ME, ligeiramente superior aos 1.303 ME previstos para 2024.
Atualmente, o executivo, que é composto por 17 membros, integra oito eleitos da coligação PSD/CDS-PP/IL, que são os únicos com pelouros atribuídos e que governam sem maioria absoluta. Na oposição estão quatro vereadores do PS, dois do Chega, um do Livre, um do BE e um do PCP.














