António José Seguro trouxe uma novidade ao discurso na segunda metade da ronda de debates presidenciais: apelou à convergência da esquerda para a sua candidatura. O antigo secretário-geral do PS afirmou que “está a lutar para que o centro-esquerda e a esquerda democrática tenham presença na segunda volta” e defendeu que isso só seria possível com a convergência de votos na sua candidatura,
Nos debates, Seguro reforçou que quer ser um Presidente “agregador e de diálogo” e que para isso precisa estar na segunda volta, o que implica “convergência na sua candidatura”. Estas palavras traduzem um apelo ao voto útil e à união da esquerda com o objetivo de garantir a passagem à segunda volta.
A matemática das sondagens
Segundo o Público, somando as intenções de voto de Catarina Martins, António Filipe e Jorge Pinto às de António José Seguro, o candidato ficaria, na maior parte das sondagens, acima dos 20% das intenções de voto, praticamente garantindo a passagem à segunda volta. Nas sondagens da Intercampus e da Pitagórica, Seguro lideraria mesmo, caso houvesse essa convergência de votos.
No estudo mais recente da Intercampus, Seguro tinha 11,1% das intenções de voto, enquanto Martins, Filipe e Pinto registavam 4,3%, 3,8% e 1,6% respetivamente. Somando os resultados, o ex-líder do PS alcançaria 20,8%, à frente de nomes como Marques Mendes (16,4%), André Ventura (15,9%) e Gouveia e Melo (15,5%).
Na sondagem de Novembro da Pitagórica, a soma das intenções de voto de toda a esquerda colocaria Seguro no topo, com 25,7%, neste caso, mais próximo de Marques Mendes (22,6%) e Gouveia e Melo (21,1%).
Nem todos os estudos garantem a passagem
O cenário não é garantido em todas as sondagens. No estudo da Aximage, somando as intenções de voto da esquerda, Seguro subiria do quarto para o segundo lugar com 24,3%, apenas atrás de Gouveia e Melo (24,4%). Já na sondagem do ICS/Iscte, mesmo somando os votos da esquerda, Seguro subia de 14% para 19% mas manter-se-ia no quarto lugar, atrás de Gouveia e Melo, André Ventura e Marques Mendes.
Matematicamente, a união da esquerda pode colocar António José Seguro na segunda volta, mas na política nada é automático. O apoio de outros candidatos à esquerda não garante a transferência total de votos e o cenário depende tanto da estratégia de convergência como da decisão dos eleitores. Ainda assim, nas sondagens, a soma dos votos mostra que há uma oportunidade real para Seguro disputar a segunda volta com força.














