Siemens: Um projecto pioneiro de energia sustentável

O sistema implementado na terceira é altamente replicável, podendo ser adaptado a outras ilhas.

Os Açores têm nove sistemas autónomos de produção de energia com grande potencial para energias renováveis, principalmente de origem eólica, hídrica e geotérmica. Contudo, na ilha Terceira, existia o desafio de encontrar o equilíbrio certo entre a produção e o consumo de energia, uma vez que os ciclos de oferta e de procura estão sujeitos a fortes flutuações. A solução encontrada foi a implementação de um sistema de armazenamento e gestão de rede, pioneiro na Europa. A Siemens, em parceria com a Fluence, e a EDA – Electricidade dos Açores, S.A. trabalharam juntas com o objectivo de conseguir um fornecimento de energia mais seguro para os residentes da ilha, aumentando, de forma contínua, a percentagem de energias renováveis no mix energético para 50%.
Ao combinar software, que prevê o consumo e produção de energia, com um poderoso sistema de armazenamento de energia com baterias, este projecto, inaugurado em Março, permite uma maior e mais fiável integração de fontes de energia renováveis na rede eléctrica da ilha Terceira, tais como eólica ou solar. Com esta combinação prevê-se uma redução das emissões de CO2 de mais de 3.600 toneladas por ano, bem como uma maior autonomia energética que se irá reflectir em todo o arquipélago.
“A tecnologia é a resposta para os desafios mais prementes da actualidade. E este projecto é um claro exemplo disso. Com as soluções inovadoras que, juntamente com a Fluence, desenvolvemos e instalámos na ilha Terceira, demos um contributo muito relevante para a jornada da EDA rumo a uma maior digitalização e sustentabilidade. Não é exagero dizer que o que alcançámos juntos na Terceira é um reflexo do que queremos para o mundo: um mix energético mais sustentável e uma maior capacidade de fazer face a eventuais crises que possam afectar este sector, vital para a vida de todos nós”, disse Fernando Silva, Presidente Executivo da Siemens Portugal.

UMA COLABORAÇÃO COM VÁRIAS ETAPAS
Desde 2018, com base nos seus conhecimentos e na experiência na área dos Sistemas de Armazenamento de Energia com Baterias (BESS), a equipa de consultores da Siemens realizou vários estudos de dimensionamento e integração de sistemas BESS para a EDA. Até à data, foram feitos estudos de dimensionamento para quase todas as ilhas dos Açores. Estes estudos visam encontrar a solução técnica e economicamente mais adequada, avaliar a viabilidade, e especificar o dimensionamento e os requisitos técnicos como base para os concursos. Durante a fase de implementação, a Siemens voltou a apoiar a EDA com estudos dinâmicos e de integração BESS. Nestes estudos, são considerados diferentes conjuntos de cenários para avaliar a resposta do BESS e assegurar a fiabilidade, estabilidade e segurança de todo o sistema eléctrico.
No âmbito deste projecto, a Siemens também implementou o sistema Spectrum Power Microgrid Management (MGMS), que assegura uma interação optimizada entre todos os activos de produção de energia, de armazenamento com baterias e de consumo de energia. O MGMS permite fazer a monitorização e o controlo em tempo real de toda a infraestrutura, bem como previsões horárias ou diárias relativamente à produção, consumo e utilização do sistema de armazenamento. Tais previsões são baseadas numa variedade de dados, incluindo informação meteorológica e dados históricos. O software permite também ao operador gerir e otimizar toda a microrrede.
Já o sistema de armazenamento com baterias de 15 MW, fornecido pela Fluence, é um dos maiores projectos de sistemas isolados deste tipo (numa ilha) na Europa. Permite que o excesso de energia renovável seja capturado e depois reintroduzido na rede quando não há energia suficiente para satisfazer a procura, reduzindo, deste modo, a produção de energia a partir de combustíveis fósseis. Graças à sua modularidade, o sistema de armazenamento com baterias pode ser expandido se necessário.
O sistema implementado na Terceira é altamente replicável, podendo ser adaptado a outras ilhas, algo que já está a acontecer em São Miguel, por exemplo, ou em ilhas eléctricas, como comunidades remotas e isoladas, entre outras.

Este artigo faz parte do Caderno Especial “Redução da Pegada Ambiental”, publicado na edição de Outubro (n.º 211) da Executive Digest.






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