Autárquicas de 12 de outubro com recorde de candidaturas de 18 partidos e 1105 independentes

As eleições autárquicas de 12 de outubro vão contar com 18 partidos em disputa e um número recorde de candidaturas independentes. No total, estão em causa 3837 órgãos autárquicos — entre câmaras, assembleias municipais e juntas de freguesia —, sendo que foram formalizadas 181 coligações partidárias em todo o país.

Revista de Imprensa
Setembro 30, 2025
10:00

As eleições autárquicas de 12 de outubro vão contar com 18 partidos em disputa e um número recorde de candidaturas independentes. No total, estão em causa 3837 órgãos autárquicos — entre câmaras, assembleias municipais e juntas de freguesia —, sendo que foram formalizadas 181 coligações partidárias em todo o país.

De acordo com o Jornal de Notícias (JN), os grandes partidos apresentam uma cobertura quase total do território. O Chega concorre a 307 das 308 câmaras municipais (99,6%), a CDU a 299 (97,0%), o PS, isolado ou em coligação, a 298 (96,7%) e o PSD a 293 (95,1%). A luta mais renhida promete verificar-se em municípios-chave como Lisboa, Porto, Sintra, Braga, Aveiro e Faro, onde as sondagens mostram equilíbrios difíceis de desfazer.

No Porto, a sucessão de Rui Moreira está em aberto, com Manuel Pizarro (PS) e Pedro Duarte (coligação PSD/CDS/IL/independentes) taco a taco. Outros candidatos, como Sérgio Aires (BE), Diana Ferreira (CDU), Hélder Sousa (Livre) ou Miguel Corte-Real (Chega), correm para garantir assentos na vereação. Já o independente Filipe Araújo, atual vice de Moreira, mantém a esperança numa vitória surpresa.

Em Lisboa, a disputa coloca frente a frente o atual presidente Carlos Moedas (PSD/CDS-PP/IL) e a ex-ministra Alexandra Leitão (PS/Livre/BE/PAN), com João Ferreira (CDU) e Bruno Mascarenhas (Chega) bem posicionados para integrar o executivo municipal. Também em Aveiro a corrida é particular: dois irmãos, Alberto Souto (PS) e Luís Souto (PSD/CDS-PP/PPM), surgem como principais favoritos para suceder a Ribau Esteves, com nove candidatos no total.

Sintra apresenta-se como um dos concelhos mais competitivos, com as sondagens a apontarem um empate técnico entre Ana Mendes Godinho (PS/Livre), Marco Almeida (PSD/IL/PAN) e Rita Matias (Chega). Em Braga, dez candidatos estreantes lutam pela sucessão de Ricardo Rio, com João Rodrigues a tentar manter a autarquia para a coligação Juntos por Braga (PSD/CDS-PP/PPM) e António Braga (PS/PAN) a tentar recuperar o município perdido em 2013. Já em Faro, a sucessão de Rogério Bacalhau (PSD) divide-se entre Cristóvão Norte (PSD), Pedro Pinto (Chega) e António Miguel Pina (PS), que parte com ligeira vantagem.

Paralelamente, as autárquicas deste ano ficam marcadas por um aumento significativo das listas independentes. São 1105 movimentos de cidadãos a votos, mais 70 do que em 2021, quando foram registadas 1035 candidaturas deste tipo. Entre as novidades está a possibilidade de estes grupos concorrerem integrados no partido Nós, Cidadãos!, o que lhes permite escapar a burocracias como a recolha de assinaturas e possibilita a formação de coligações.

O presidente da Associação Nacional dos Movimentos Independentes (AMAI), João Campolargo, sublinha que o crescimento destes grupos “é o reflexo da confiança que os portugueses têm dado aos movimentos” e também “um sinal de que muitos cidadãos não se reveem nos partidos, mas querem servir as suas comunidades”. Ainda assim, reconhece que “o mais complicado nem é a recolha de assinaturas, é o financiamento da campanha, a questão do IVA, da contratação de empréstimos e a responsabilização dos mandatários financeiros”.

Para o presidente da Comissão Política Nacional do Nós, Cidadãos!, Joaquim Rocha Afonso, o partido funciona como uma solução prática para independentes. “Procuramos dar resposta aos movimentos que não têm como recolher as assinaturas necessárias, para que mantenham o nome dos movimentos”, explicou, revelando expectativas altas: “Contamos eleger três ou quatro presidentes de Câmara independentes, que vão com o rótulo do partido. Não sei se não vamos conquistar mais câmaras do que o Chega.” Atualmente, os independentes lideram 19 autarquias, incluindo Porto, Oeiras e Figueira da Foz, e esperam reforçar a sua presença no próximo ciclo autárquico.

Partilhar

Edição Impressa

Assinar

Newsletter

Subscreva e receba todas as novidades.

A sua informação está protegida. Leia a nossa política de privacidade.