Portugal enfrenta um aumento significativo de casos de gripe, com impacto crescente nos serviços de saúde. Em conferência de imprensa, a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, alertou a população sobre as próximas semanas, que considera “particularmente exigentes”, e detalhou as medidas de prevenção e reforço do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Durante a conferência, Ana Paula Martins revelou que Portugal entrou em fase epidémica de gripe, registando mais de 700 casos por cada 100 mil habitantes apenas na última semana de novembro. “As próximas oito semanas serão particularmente exigentes”, afirmou a ministra, garantindo que o SNS está preparado para enfrentar a pressão crescente nos serviços de urgência.
A governante explicou que, caso se verifique sobrecarga nos serviços hospitalares, será necessário “parar a atividade cirúrgica, mantendo apenas cirurgias urgentes e oncológicas”, assegurando assim que os recursos são priorizados para os casos mais graves.
Ana Paula Martins apelou à população para que adote medidas de prevenção, sobretudo quem apresenta sintomas respiratórios. Entre as recomendações, destacou o uso de máscara em espaços fechados e aconselhou contactar a linha SNS 24 ou o centro de saúde antes de recorrer aos serviços de urgência, de modo a “reservar estes serviços para situações realmente urgentes”.
Rita Sá Machado, diretora-geral da Saúde, reforçou a importância da etiqueta respiratória: “É importante focarmos não apenas na utilização de máscara, mas naquilo que é a etiqueta respiratória. Sempre que se tem sintomas respiratórios e se vai aos cuidados de saúde, deve-se utilizar máscara. Noutros cenários, é essencial lavar as mãos, tossir e espirrar para o cotovelo e arejar os espaços.”
O Governo anunciou um reforço da capacidade do SNS para enfrentar a época de gripe. O horário dos centros de atendimento clínico foi alargado, e o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) vai recorrer a ambulâncias da rede de proteção civil e da Cruz Vermelha Portuguesa. A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa disponibilizou 27 camas sociais, 112 camas de apoio e está a organizar mais 50 camas para emergências nas próximas semanas.
Apesar da escassez de profissionais, Ana Paula Martins afirmou que “as instituições estão preparadas e articuladas para dar a melhor resposta possível aos portugueses”, reforçando que o aumento da procura nos serviços de urgência já se começou a notar e que a prevenção continua a ser essencial.
Este ano, a gripe surgiu mais cedo e com um possível impacto maior do que em épocas anteriores. A ministra apelou à vacinação gratuita para os grupos elegíveis e prioritários, destacando que a prevenção é a melhor forma de reduzir a pressão nos serviços de saúde.
“Durante a época festiva, de proximidade, é importante que todos mantenhamos uma atitude de calma e responsabilidade para passarmos este período em segurança e com a alegria que todos merecemos”, concluiu Ana Paula Martins.














