O uso de cartões SIM estrangeiros pela Rússia nos seus drones equipados com modems 4G foi identificado já em novembro de 2023. Na altura, foi revelado que os drones abatidos sobre a Ucrânia continham SIMs produzidos pela Kyivstar, da Ucrânia, o que levou a ISW (Instituto do Estudo da Guerra) a sugerir que tinham a intenção de usar a rede ucraniana para melhor orientar e direcionar os Shahed em direção aos alvos, ao mesmo tempo que escondiam a sua origem de possíveis deteções de guerra eletrónica.
Segundo a publicação ucraniana ‘Kyiv Post’, após a incursão de vários drones russos na Polónia esta noite, as manchetes de quarta-feira nos sites ‘Defense Express’ da Ucrânia e ‘Medium’ dos EUA garantirem que o “Kremlin vem preparando ataques de drones contra a Polónia desde julho”. A acusação baseia-se no facto de que os cartões SIM fornecidos por operadoras polacas e lituanas terem sido detetados em drones russos derrubados por Kiev no início de julho.
Em resposta a várias incursões separadas no espaço aéreo polaco (e romeno) no início deste ano, o ex-oficial da Força Aérea da Polónia, o general Tomasz Drewniak, sublinhou, em agosto último, que “ao lançar um dispositivo no nosso território, os russos estão a verificar como é acionado o nosso sistema e em que horas acionamos as nossas forças de alerta”.
Varsóvia descreveu a última incursão de drones na Polónia como “uma violação sem precedentes do espaço aéreo” e “uma provocação massiva”. No entanto, os dois sites categorizaram-na como “o primeiro ataque em larga escala no território da NATO desde o início da invasão em larga escala da Rússia” e a “evidência de um padrão gradual de escalada [por parte de Moscovo]”.
A Polônia confirmou a presença de 7 drones e destroços de mísseis no seu território, enquanto a NATO criticou a escalada “imprudente” da Rússia e prometeu defender “cada centímetro” do espaço aéreo aliado.
O ‘Medium’, citando “especialistas”, afirmou que a instalação desses cartões SIM não se resumia apenas ao controlo de voo: eles permitem que os UAVs transmitam dados de reconhecimento em tempo real, alterem as trajetórias de voo a meio à missão, incluam feeds de vídeo e obtenham dados eletrónicos de sistemas de defesa aérea, comunicação e guerra eletrónica.
Ainda não está claro se os UAVs abatidos durante este incidente transportavam SIMs polacos (ou de outros países). Se sim, alguns meios de comunicação sugeriram que isso foi um teste premeditado da prontidão da NATO.













