A farmacêutica anglo-sueca, AstraZeneca “escondeu” quase 30 milhões de doses de vacinas destinadas ao Reino Unido, na sua fábrica em Itália, avançou esta quarta-feira o jornal italiano ‘La Stampa’.
A mesma publicação acusa a empresa de esconder 29 milhões de doses de vacinas na fábrica da Catalent em Anagni, na região de Lácio, depois de as autoridades italianas indicadas pela Comissão Europeia terem inspecionado as instalações e descoberto os lotes.
De acordo com fontes do diário italiano, os frascos estavam prontos para serem enviados ao Reino Unido para fornecer uma segunda injeção vital para os idosos britânicos. O La Stampa indica que as vacinas foram produzidas na fábrica holandesa de Halix, mas ainda não foram aprovadas para comercialização pela Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla em inglês).
O comissário da UE Thierry Breton visitou a fábrica no início deste mês e descobriu que a empresa tinha capacidade para produzir até seis milhões de doses por mês. No entanto, como a EMA ainda não aprovou a sua produção, as doses produzidas pela Halix não podem ser distribuídas nos estados membros da UE.
A regra, é claro, não se aplica ao Reino Unido, cujas autoridades de saúde aprovaram todas as unidades de produção da AstraZeneca.
As doses produzidas na fábrica da AstraZeneca na Bélgica e na Holanda são enviadas para Itália e Reino Unido para serem acondicionadas em frascos. Contudo, fontes da UE suspeitam que nem todos os frascos enviados foram de facto produzidos pela Halix, levantando suspeitas sobre o número de vacinas prontas a serem enviadas que deveriam ter sido destinadas aos estados-membros da UE.
Uma fonte da UE disse ao La Stampa que “é muito provável que numa primeira fase as vacinas (produzidas pela Halix) fossem enviadas para o Reino Unido”. O jornal explicou: “O primeiro relatório enviado a Bruxelas pelas autoridades italianas diz que nos frigoríficos dos armazéns de Lácio existem 29 milhões de doses da vacina”.
“Fontes da UE explicam que provavelmente nem todas foram produzidas pela Halix, mas ainda são frascos prontos para serem injetados que a farmacêutica pretendia enviar para o Reino Unido e não para os países da União Europeia, apesar dos consideráveis atrasos no entregas acordadas com a UE27. ”
As alegações já foram repreendidas por funcionários da UE e do Reino Unido
