Abusos sexuais na Igreja: Grupo VITA já recebeu 40 pedidos de ajuda de vítimas em apenas 2 meses

Em apenas dois meses desde que se estrou em atividade, o Grupo Vita recebeu cerca de 40 pedidos de ajuda de pessoas que dizem ter sido vítimas de abuso sexual em contexto da Igreja Católica.

Pedro Gonçalves
Agosto 4, 2023
14:33

Em apenas dois meses desde que se estrou em atividade, o Grupo Vita recebeu cerca de 40 pedidos de ajuda de pessoas que dizem ter sido vítimas de abuso sexual em contexto da Igreja Católica.

O balanço foi feito pela coordenadora do grupo, a psicóloga Rute Agulhas, à Antena 1, onde a responsável também revelou alguns detalhes sobre o encontro de vítimas de abusos sexuais na Igreja em Portugal com o papa Francisco, ocorrido logo na quarta-feira, dia da chegada do sumo-pontífice a Lisboa, para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ).

“Senti sempre muita disponibilidade”, começou por indicar Rute Agulhas, considerando que não houve “tentativa de apressar o momento”. “As pessoas falaram as vezes que quiseram, o tempo que quiseram.
Um momento muito emotivo, houve grande ativação emocional. Inclusive tivemos uma vítima que se sentiu mal, e teve que se assistida”, relatou.

Recorde-se que o Grupo VITA foi criado pela Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) para concretizar e acompanhar a a resposta de apoio às vítimas de abusos sexuais em contexto eclesiástico e para prevenir novas situações de abuso sexual na Igreja Católica portugiesa, depois de ter findado o trabalho da Comissão Independente que investigou estes casos.

“O Papa olhava nos olhos cada uma das pessoas à medida que iam partilhando as suas histórias, com uma postura muito empática. Em alguns momentos baixou os olhos, estava ao lado dele e foi visível. Normalmente seguia-se uma palavra de validação ‘é muito duro, percebo’. Houve efetivamente empatia e validação das emoções de todas aquelas pessoas”, explica Rute agulhas, sobre o encontro de Francisco com as vítimas.

Sobre as 40 pessoas que contactaram o Grupo VITA desde maio, Rute Agulhas explica ao Observador que grande parte “são pessoas mais velhas”, vítimas de abusos ocorridos há “30, 40, 50,7 0 anos”. N maioria dos casos, era a primeira vez que falavam sobre o que tinham sofrido. Estas vítimas estão a ser encaminhadas para acompanhamento psicológico e/ou psiquiátrico, conforme os casos.

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