A cerca de dois meses das eleições presidenciais, mantém-se elevada a fatia de eleitores indecisos e três candidatos — Luís Marques Mendes, André Ventura e Henrique Gouveia e Melo — surgem praticamente empatados nas intenções de voto.
O candidato apoiado pelo PSD continua a destacar-se nos cenários de segunda volta, enquanto António José Seguro perde terreno e é ultrapassado por João Cotrim de Figueiredo, que protagoniza a subida mais expressiva do mês.
No barómetro Intercampus de novembro para o CM, CMTV, Now e Negócios, João Cotrim de Figueiredo regista a evolução mais favorável, passando de 8,4 para 11,5% das intenções de voto e assumindo o quarto lugar na corrida presidencial. António José Seguro, apoiado pelo PS, cai de 12,3 para 11,1% e é agora superado pelo antigo líder da Iniciativa Liberal, ainda que por uma margem reduzida.
As entrevistas decorreram entre 14 e 19 de novembro, num período já marcado por dois debates televisivos: um entre Seguro e Ventura e outro entre Marques Mendes e António Filipe.
Três candidatos colados na liderança
Marques Mendes mantém-se ligeiramente à frente, com 16,4%, seguido de perto pelos 15,9% de André Ventura e pelos 15,5% de Gouveia e Melo. A diferença entre os três é mínima e tecnicamente anulada pela margem de erro do estudo, que atinge os 4%. A isto junta-se um contingente de indecisos que permanece significativo, fixando-se nos 20%.
Entre os restantes candidatos, Catarina Martins regista a maior queda, descendo de 7,1 para 4,3%. António Filipe recua de 4,6 para 3,8% e Jorge Pinto, apoiado pelo Livre, estreia-se com 1,6%.
Segunda volta clarifica cenários
Num quadro ainda sem favoritos, os cenários de segunda volta continuam a ser determinantes. Aqui, Luís Marques Mendes mantém vantagem expressiva sobre André Ventura, somando 57,7% contra 27,7%. Já no confronto com Gouveia e Melo, a distância reduz-se significativamente: 37,5% para 36,7%, deixando indefinida a disputa.
António José Seguro, agora mais afastado da frente, apenas supera Ventura numa segunda volta, com 53% contra 28,5%.
O que valorizam os eleitores num Presidente
Os eleitores mantêm estáveis os atributos mais valorizados num Presidente da República. Seriedade e honestidade continuam no topo, seguidas da capacidade de apresentar ideias para o país, da sensatez e da ponderação. A experiência política permanece entre os critérios menos relevantes, apontou a sondagem.
O barómetro de novembro questiona ainda sobre o papel do Presidente caso o Governo não cumpra bem as suas funções. A maioria, 55,3%, afasta a ideia de uma demissão e prefere estabilidade. Num cenário de utilização da chamada “bomba atómica”, a maioria dos inquiridos defende eleições antecipadas, com 56,5% a preferir o regresso às urnas face à manutenção do Governo com novo primeiro-ministro, opção que recolhe 33,2%.














