A Polónia advertiu esta terça-feira o presidente russo, Vladimir Putin, contra a viagem pelo seu espaço aéreo para uma cimeira na Hungria com o presidente dos EUA, Donald Trump, garantindo que poderia ser forçada a executar o mandado de detenção internacional se o avião russo cruzar os céus polacos.
A Bulgária, no entanto, já se mostrou disposta a deixar Putin utilizar o seu espaço aéreo se a cimeira se realizasse na Hungria, indicou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Georg Georgiev.
Recorde-se que o Tribunal Penal Internacional emitiu um mandado de detenção contra Putin, acusando-o de deportar ilegalmente centenas de crianças da Ucrânia. A Rússia não reconhece a jurisdição do TPI e nega as acusações. O mandado do TPI obriga os estados-membros do tribunal a prender Putin se este pisar o seu território.
“Não posso garantir que um tribunal polaco independente não ordene ao Governo que escolte uma aeronave deste tipo para entregar o suspeito ao tribunal em Haia”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros polaco, Radoslaw Sikorski, à Rádio ‘Rodzina’. “E, portanto, se esta cimeira se realizar, espero que com a participação da vítima da agressão, a aeronave utilize uma rota diferente.”
O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, mantém relações mais próximas com a Rússia do que com outros países da União Europeia. Budapeste afirmou que irá garantir que Putin possa entrar na Hungria para a cimeira e regressar a casa mais tarde.
Para evitar viajar pela Ucrânia, a delegação russa precisaria de sobrevoar o espaço aéreo de pelo menos um país da UE. Todos os países da UE são membros do TPI, mas a Hungria está em processo de saída.
Georgiev indicou que a Bulgária estaria pronta para deixar Putin utilizar o seu espaço aéreo se isso pudesse ajudar a garantir a paz na Ucrânia. “Se a condição para isso é ter uma reunião, o mais lógico é que essa reunião seja mediada de todas as formas possíveis”, disse Georgiev, citado pela agência de notícias búlgara ‘BTA’.














