A Microsoft vai encerrar o suporte a atualizações do Windows 10 esta terça-feira, deixando milhões de utilizadores com sistemas sem patches de segurança essenciais: a medida está a gerar apreensão entre especialistas e utilizadores que dependem do sistema.
A partir de hoje, os computadores com Windows 10 deixarão de receber atualizações do sistema operacional — ou seja, não haverá mais correções de segurança, melhorias ou suporte técnico oficial. A principal recomendação oficial é migrar para o Windows 11. No entanto, muitos equipamentos mais antigos não são compatíveis com o novo sistema. Nesses casos, a Microsoft planeia disponibilizar um serviço de atualizações de segurança pagas.
Riscos de manter o Windows 10 sem suporte
Sem suporte, o Windows 10 torna-se vulnerável a novas ameaças e falhas de segurança. Martin Kraemer, especialista em segurança da empresa ‘KnowBe4’, em declarações à agência noticiosa ‘AFP’, alertou que “o computador vai tornar-se progressivamente mais vulnerável a ataques informáticos”. Além disso, muitas aplicações dependem do sistema operativo para certas funções e podem deixar de funcionar corretamente, como explica Paddy Harrington, da consultora ‘Forrester’, citado pelo mesmo meio.
Antivírus e alternativas
Embora antivírus continuem a oferecer alguma proteção, não substituem as atualizações do sistema. Os especialistas afirmam que essa proteção é temporária e insuficiente a longo prazo. Um caminho alternativo é instalar sistemas operativos como o Linux, desde que os programas utilizados sejam compatíveis. Harrington sublinha ser essa opção viável “desde que as ferramentas de gestão e segurança o suportem”.
A decisão da Microsoft tem sido criticada em vários países. Nos EUA, a associação Consumer Reports denunciou que há computadores ainda à venda incapazes de migrar para o Windows 11, criando um custo extra para os consumidores. Em França, grupos como o HOP (End Planned Obsolescence) pedem que a empresa continue a fornecer atualizações gratuitas até 2030.
Organizações de defesa do consumidor na Alemanha também alertaram para o impacto ambiental do descarte prematuro de equipamentos, agravado pela pressão para mudar para hardware novo.














